Dos 4 aos 14 anos, Alice Vieira passou os três meses das férias de Verão, no Hotel da Boa Vista, em Caldelas, onde “se sentia livre e feliz. Os meus tios eram pessoas muito rigorosas mas quando chegavam a Caldelas, deixavam-me livre e eu sentia-me imensamente feliz porque podia fazer coisas que em Lisboa eram impensáveis”.
As recordações de uma das maiores escritoras portuguesas da actualidade foram desfiadas, 60 anos depois, numa sessão no parque das Termas. Com mais de 80 livros publicados, Alice Vieira escreveu ‘Águas de Verão’ onde se inspirou em todas as aventuras vividas em Caldelas, e que esteve na base da conversa.
A escritora começou a sua passagem por Amares a visitar o Mosteiro de Rendufe, onde foi sensibilizada para a causa da Associação dos Amigos do Mosteiro que passa pela recuperação do monumento.
Já no Hotel da Boa Vista, Alice Vieiram, com os olhos em brilho, deu uma autêntica lição de memória, localizando espaços e pessoas. Teve uma vista surpresa da colega de Faculdade e amarense, a Professora Ana Maria de Besteiros, e ainda conheceu com mais detalhe as próprias termas.
Numa sessão muito concorrida, moderada por Maria José Machado e onde marcaram presença, o vice-presidente, Isidro Araújo, a vereadora, Cidália Abreu e o presidente da Junta da União de Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos, José Manuel Almeida, coube à AFA Estudos Musicais iniciar a conversa. A escritora falou do seu percurso, dos prémios que recebeu, da escrita para adultos, sobretudo poesia e da colecção de presépios.
Pedro Antunes Pereira (CP 5930 A)