O candidato do PS à Câmara de Amares, Pedro Costa, diz que o que “realmente preocupa” os socialistas “é o índice de dívida oculta da autarquia, pois é sabido que estão a ser lançadas intervenções e obras que não têm cabimento orçamental, o que para além de ilegal é irresponsável”. O presidente da Câmara, Manuel Moreira, nega as acusações.
“Espero que estejamos todos enganados, pois não queria ver repetido o cenário de 2001 que o Dr. Isidro Araújo conhece bem, quando o PS herdou do PSD uma dívida oculta na Câmara de Amares de tal forma monstruosa, que teve que recorrer a um financiamento de 5 milhões de euros para fazer face aos compromissos ocultos que não tinham dotação orçamental”, diz, em comunicado, o candidato do PS.
Pedro Costa assegura, porém, que “os amarenses estão atentos e já não se deixam seduzir por estas manobras de diversão, até porque algumas obras até já pararam antes das eleições”.
CRÍTICAS A “GOVERNAÇÃO ELEITORALISTA”
O PS considera que a queda no prazo médio de pagamento é reveladora do “modelo de gestão que foi implementado pela coligação, sustentado numa governação eleitoralista, que não pode ser a linha de orientação de um município com tantas carências”.
“Segundo dados recentes divulgados no Portal Autárquico da DGAL – Direcção Geral das Autarquias Locais, referente aos 308 municípios portugueses, a Câmara Municipal de Amares, sob uma gestão da coligação PSD/CDS, teve uma queda muito acentuada no Prazo Médio de Pagamento (PMP), estando neste momento incluída numa “lista negra” dos 50 municípios com prazo de pagamento a fornecedores superior a 90 dia”», realça o PS.
Baseando-se nos dados oficiais revelados pela DGAL, os socialistas dizem que “em 31 de Dezembro de 2016 Amares pagava em 91 dias e seis meses mais tarde, a 30 Junho 2017 tinha um prazo de 90 dias, mantendo-se dentro do grupo dos municípios mais devedores do país”.
“Este dado é ainda de maior relevância se tivermos em linha de conta que em Dezembro de 2013, no final do mandato anterior, o Município de Amares tinha um PMP de 28 dias, e de 14 dias em finais de 2014. Ou seja, neste mandato o prazo de pagamento triplicou, tendo sofrido uma derrapagem muito acentuada”, frisam.
Para Pedro Costa, o aumento do prazo médio de pagamento a fornecedores é um indicador claro da “estratégica explosão de obras lançadas neste último ano, pois tornou-se humanamente impossível os serviços acompanharem este desenfreado lançar de intervenções sem planeamento, de tal forma que até parece que as infra-estruturas do concelho colapsaram”.
MOREIRA NEGA
Contactado pelo jornal O Amarense, o presidente da Câmara, Manuel Moreira, nega as acusações de que haja obras paradas e que estejam a ser lançadas intervenções sem cabimentação orçamental.
“Não há nenhuma obra parada. Está tudo a andar, conforme a lei. Todas as obras em execução estão devidamente cabimentadas. O próximo presidente da Câmara não terá nenhum problema nesse aspecto”, frisou.
O autarca acusa o PS de “inventar factos” e de “não apresentar projectos nem ideia” para o concelho.
RRC (CP 10478