Os pais dos alunos da turma 2.º A do Centro Escolar de Ferreiros, Amares, acusam um professor de chamar nomes como “burros”, “estúpidos” e “cabeçudos” aos alunos, além de lhes «puxar as orelhas» e de «falar muito alto». O docente, que é ainda acusado de “chegar tarde” e de demonstrar “total desinteresse” pela turma, está de baixa médica desde o início de Janeiro.
A direcção do Agrupamento de Escolas diz não ter sido formalizada nenhuma queixa concreta que justificasse a abertura de um procedimento disciplinar.
Nos primeiros dias do ano, uma encarregada de educação, que se apresenta como “representante dos pais” dos alunos daquela turma, enviou um e-mail à direcção do Agrupamento de Escolas de Amares em que diz que “as crianças estão retraídas, não querem ir para a escola, choram, têm medo, não querem fazer os trabalhos de casa, mostram total desinteresse”.
“Já houve uma criança que foi para o hospital com dor no peito e o médico disse à mãe que foi um ataque de ansiedade”, expôs, nesse mesmo documento enviado ao Agrupamento, quando o professor ainda estava de serviço.
Além do comportamento, o docente é acusado de ter contribuído para que “todas as crianças tenham baixado significativamente as notas”. “Crianças que no ano lectivo 2015/2016 tinham bom e muito bom, estão com suficiente, tal como crianças de bom e suficiente estão com insuficiente e suficiente menos”, frisa.
AGRUPAMENTO NÃO RECEBEU QUEIXA FORMAL
O director do Agrupamento de Escolas de Amares, Pedro Cerqueira, disse ao jornal O Amarense que não recebeu “nenhuma queixa formal” que justificasse a abertura de um processo para averiguar a actuação do professor.
“Recebi algo muito vago, que não é concreto e que não nos permite avançar com nada. Obviamente que se se tratar de uma queixa formal, identificada e concreta, que diga claramente quais os alunos agredidos e em que circunstâncias o foram, avançaremos com um processo disciplinar”, referiu.
Pedro Cerqueira realça, no entanto, que nunca a turma deixou de ter aulas, embora admita a existência de “instabilidade” pelo facto de os alunos terem sido já acompanhados por três professores – e estarem à espera do quarto.
“Todas as aulas têm sido asseguradas. Não houve uma única hora de prejuízo para esta turma”, vinca.
TERCEIRO PROFESSOR DESDE SETEMBRO
O professor acusado chegou ao 2.ºA do Centro Escolar de Ferreiros em Novembro, tornando-se então o terceiro professor da turma, depois de duas substituições ‘forçadas’ dos docentes anteriores.
Foi o responsável pela turma até entrar de baixa, na segunda semana de Janeiro.
Neste momento, os pais e o Agrupamento esperam que o novo docente da turma seja colocado o mais rapidamente possível, tendo em conta a necessidade de garantir estabilidade na aprendizagem das crianças.
Ricardo Reis Costa (CP 10478)