Este sábado e domingo realiza-se a Marcha Ibérica em Comboio contra a Mina de Urânio projectada para a zona de Retortillo, Salamanca. Esta marcha é organizada conjuntamente pela Plataforma Stop Uranio de Salamanca e as associações portuguesas QUERCUS e AZU, decorrendo ao longo da linha de comboio que percorre o Vale do Douro, desde o Pocinho até ao Porto, e com paragem na Régua.
Dar a conhecer à opinião pública portuguesa a problemática e os perigos que implica para Portugal a instalação de uma mina de urânio e uma fábrica de concentrado no Campo Charro de Salamanca é o objectivo desta Marcha.
Em comunicado, a Quercus lembra que “agora que 20 anos se passam desde o desastre de Aznalcóllar, é importante recordar que o desenvolvimento de projectos de mineração de urânio a céu aberto do outro lado da fronteira pode representar um tremendo risco para a vida do rio Douro e dos seus habitantes”.
Como solução, esta associação ambientalista defende que “apenas com o funcionamento normal das instalações projectadas para Retortillo, [mina de urânio e fábrica de concentrados], o rio Yeltes, afluente do rio Douro, fica extremamente contaminado segundo um estudo encomendado pela WWF a dois cientistas da Universidade de Castilla La Mancha”.
Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, o projecto de exploração mineira de urânio em Retortillo é “susceptível de ter efeitos ambientais significativos em Portugal”, pela proximidade com a fronteira, e tendo em “atenção a direcção dos ventos” de Este e Nordeste.
As associações defendem que é necessário que o processo da mina de urânio de Retortillo seja suspenso de imediato e se realize uma avaliação de impacte ambiental transfronteiriça, conforme a legislação em vigor.
Defendem também que no final do processo, e de modo “a defender a saúde e o bem-estar dos cidadãos de Portugal e de Espanha, assim como os importantes valores naturais em presença”, o governo espanhol não autorize a exploração de urânio em Retortillo.
FG (CP 1200)