“Fui hoje [terça-feira] surpreendido com a informação oficialmente confirmada de que já foi ou irá ser instaurado um processo-crime contra mim. Obviamente estou totalmente disponível para colaborar com a justiça”. Foi assim que António Costa começou, esta terça-feira, a sua comunicação ao país.
E por entender que a “dignidade” das funções de primeiro-ministro não é compatível com estas suspeitas, apresentou a demissão ao Presidente da República.
Aos portugueses, garantiu que não lhe pesa na consciência “a prática de qualquer acto ilícito ou sequer censurável” e que confia na justiça “e no seu funcionamento”.
O primeiro-ministro garante que se dedicou “de alma e coração a servir os portugueses” e que “estava disposto” a cumprir o mandato “até ao termo desta legislatura”.
“Neste momento, permitam-me agradecer em primeiro lugar aos portugueses pela confiança que em mim depositaram ao longo destes anos e pela oportunidade que me deram para liderar o país”, lança.
Recorde-se que pelo menos cinco pessoas foram detidas, esta terça-feira, entre os quais o empresário e amigo próximo do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado, e o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, e o ministro João Galamba foi constituído arguido.