O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta terça-feira em Braga que Portugal tem “todos os ingredientes” para “cozinhar” uma economia competitiva, ganhadora e assente na qualificação, que garanta a fixação da sua “geração mais qualificada de sempre”.
Falando na sessão de apresentação dos resultados de uma parceria de inovação entre a Universidade do Minho e a Bosch nas áreas das tecnologias inovadoras para a mobilidade do futuro e digitalização da indústria, Costa apontou desde logo, como primeiro ingrediente, o “capital humano”, pela primeira vez próximo da média de qualificação da União Europeia.
Àquele ingrediente juntou uma nova geração empresarial que “percebe a necessidade” de apostar na qualificação para produzir com maior valor e a “solidariedade europeia” que garante “uma capacidade de investimento como Portugal nunca teve até agora”.
“Se temos todos os ingredientes, é muito simples, é só combiná-los na dose devida para que o cozinhado saia perfeito”, afirmou.
“Nada mais perigoso para um país que ter a geração mais qualificada de sempre como a geração mais frustrada de sempre. Temos de transformar esta geração mais qualificada de sempre na geração com maior sucesso de sempre em Portugal”, acrescentou.
POLÍTICAS FISCAIS PARA JOVENS
Eliminar a precariedade e assegurar o acesso à habitação são outras medidas que Costa apontou como essenciais para valorizar e saber aproveitar aquela que classificou como “a geração mais qualificada de sempre”.
Considerou ainda “crucial” manter políticas fiscais que ajudem a atrair os jovens que emigraram e a fixar aquele novo talento que anualmente sai das universidades e politécnicos, bem como “finalmente fechar o acordo” sobre conciliação da vida familiar e profissional.
“Não desperdiçar o maior recurso, o recurso mais precioso de que o país dispõe, mais precioso do que os fundos comunitários ou qualquer outro, que é mesmo o capital humano que temos actualmente no nosso país”, advogou.
Para António Costa, a aposta na qualificação vai prosseguir, para atingir o objectivo de, em 2030, 50 por cento dos portugueses entre os 30 e os 34 anos terem formação superior concluída.
Paralelamente, quer que em 2030 o investimento em investigação e desenvolvimento em Portugal atinja os 3 por cento do produto interno bruto (PIB), um valor que actualmente se fica pelos 1,6 por cento.
A parceria de inovação entre a Universidade do Minho e a Bosch nos domínios da mobilidade do futuro e da transformação digital da indústria já significou, desde 2013, um investimento superior a 165 milhões de euros.
Da parceria resultou o registo de mais de 70 patentes.
Além de Costa, marcaram presença na sessão o ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, o secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Neves, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, e os presidentes das câmaras municipais de Braga e Guimarães, respectivamente Ricardo Rio e Domingos Bragança.