António Vitorino é o novo director-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM), anunciou a organização. O português, que inicia funções a 1 de Outubro de 2018, sucede ao norte-americano William Lacy Swing que esteve dez anos à frente dos destinos da organização.
Depois de uma ronda onde Ken Isaacs, o controverso candidato escolhido pelo Presidente norte-americano Donald Trump, foi eliminado, o português ficou apenas a concorrer contra a costa-riquenha Laura Thompson, actual vice-diretora-geral da organização. António Vitorino acabou por vencer a votação, tornando-se o segundo europeu a ser eleito para o cargo.
A eliminação de Ken Isaacs, na terceira ronda, acontece pela primeira vez em décadas a um candidato dos EUA. O candidato escolhido por Washington, apesar das suas declarações polémicas sobre os muçulmanos, foi o menos votado dos três candidatos, com 22 votos, pelo que não pôde participar na quarta volta.
A candidatura de Vitorino à liderança desta organização, fundada no início da década de 1950, foi formalizada pelo Governo português em Dezembro do ano passado.
Numa breve mensagem publicada no Twitter, o primeiro-ministro António Costa felicitou “calorosamente” António Vitorino pela nomeação.
“Portugal continua a assumir as suas responsabilidades na gestão global das migrações, com a eleição de António Vitorino para director-geral da OIM (Organização Internacional para as Migrações), que felicito calorosamente”, pode ler-se no tweet.
António Vitorino, de 61 anos, exerceu os cargos de ministro da Presidência, primeiro, e ministro da Defesa Nacional no XIII Governo Constitucional liderado por António Guterres (1995-1997). Em 1999 foi indicado para Comissário Europeu, sendo-lhe atribuída a responsabilidade pela Justiça e Assuntos Internos, cargo que ocupou entre 1999 e 2004.
A OIM foi integrada na estrutura multilateral da ONU a 25 de Julho de 2016. Antes, a organização tinha recebido, em 1992, o estatuto de observador permanente na Assembleia-Geral da ONU e firmado um acordo de cooperação (1996). A par dos 169 Estados-membros, a OIM conta com oito países que detêm estatuto de observadores.
Desde a sua criação, em 1951, o cargo de director-geral foi ocupado pelos Estados Unidos com uma única exceção, em 1960.
Fonte: TSF