Os cinco principais traficantes de droga que estão a ser julgados no Tribunal de Braga podem, se vierem a ser condenados em sentença transitada em julgado, vir a ser despejados coercivamente dos apartamentos que a empresa municipal Bragahabit lhes alugou no Bairro Social das Enguardas.
Ao que o PressMinho soube, a medida consta dos novos regulamentos da Bragahabit e prende-se com as regras de urbanidade a que os inquilinos estão obrigados quando usufruem de casas a preços reduzidos. O despejo só se verificará – salientou a fonte – se os inquilinos tiverem meios para alugarem outros apartamentos, o que terão de ser os serviços internos e a Segurança Social a concluir.
Na primeira audiência, ficou a saber-se que os cinco recorriam a seis toxicodependentes – que vendiam a retalho – a quem davam haxixe, cocaína e heroína, albergando-os, com cama e mesa, em apartamentos no Bairro Social de Santa Tecla.
Um dos apartamentos tinha, também sofás que eram disponibilizados a outros consumidores, que ali se dirigiam diariamente, quando estavam a “ressacar” e precisavam de consumir. O grupo, quatro homens e uma mulher – em prisão preventiva – tinham, também, um apartamento de ‘recuo’ no bairro – onde escondiam as drogas – e um outro em Famalicão, onde guardavam o dinheiro.
Um dos agentes da PSP que investigou o caso contou, ainda, que as drogas eram adquiridas em Famalicão, no caso, da heroína, e em bairros sociais do Porto, nomeadamente no Aleixo, por um dos seis toxicodependentes que trabalhavam para o grupo.
Frisou, ainda, que o tráfico continuou no bairro mesmo depois de uma primeira rusga policial, em maior de 2015, o que obrigou a uma segunda em Setembro, onde foram apreendidas 800 doses de cocaína e heroína (364 doses), uma pistola, uma balança de precisão e 1883 euros.