A Arquidiocese de Braga suspendeu de funções um padre suspeito de abusos sexuais, após ter recebido da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal uma lista com os nomes de oito alegados abusadores, referidos nos testemunhos recolhidos.
Em comunicado, a estrutura liderada por D. José Cordeiro, para além de anunciar o afastamento preventivo “do exercício público do ministério sacerdotal” de um desses nomes, revelou esta sexta-feira que também que três deles são de padres que já morreram.
“A decisão cautelar de afastar preventivamente o sacerdote em causa não prejudica o princípio da presunção de inocência”, garante ainda a arquidiocese, considerando tratar-se de “aplicar as linhas orientadoras de acção da Igreja em matéria de abusos sexuais de menores, em conformidade com o Vade-mécum sobre procedimentos relativos a casos de abuso sexual de menores cometidos por clérigos”.
A Arquidiocese de Braga explica ainda que um dos nomes “corresponde a um sacerdote que foi alvo de um processo canónico por abuso sexual de menores já concluído e que resultou na aplicação de medidas disciplinares em vigor”.
Caso “se verificar que os testemunhos recolhidos pela Comissão Independente configuram novos factos”, promete a arquidiocese, “será iniciado um novo procedimento canónico”.
No mesmo comunicado, os padres bracarenses alegam que um dos nomes não corresponde a nenhum sacerdote da Arquidiocese de Braga, “nem se encontra nos arquivos da Arquidiocese qualquer referência a seu respeito”. Ainda assim, “a investigação será aprofundada, tendo sido pedida mais informação à Comissão Independente”.
A Arquidiocese de Braga diz, também, que “um dos nomes diz respeito a um sacerdote que foi alvo de um processo civil, tendo sido absolvido”.
“Reafirmamos o nosso compromisso em acolher e escutar as vítimas, tratando todos os casos com critérios inequívocos de transparência e justiça, contribuindo assim para a máxima reparação possível do mal sofrido”, prometem os padres bracarenses, afirmando saber que “pedir perdão não é suficiente” e que lhes são “pedidas acções concretas”.
“Neste sentido, uma equipa de profissionais está disponível para oferecer apoio psicológico, psiquiátrico, jurídico e espiritual a todas as vítimas que solicitem este serviço. Comprometemo-nos com a promoção de uma cultura de cuidado e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para prevenir futuros casos de abuso”, pode-se ler ainda no comunicado.