As artes de rua e o circo contemporâneo vão estar em destaque entre os dias 26 e 29 de Julho nas cidades de Braga, Famalicão e Guimarães com a 4.ª edição do Festival Internacional Vaudeville Rendez-Vous, apresentado esta quarta-feira, no Museu da Imagem, em Braga.
Com um intenso programa artístico, desenvolvido pelo Teatro da Didascália, o festival apresenta ao longo de quatro dias consecutivos 21 apresentações dos 10 espectáculos programados, entre os quais, duas co-produções, 6 estreias nacionais e uma estreia absoluta.
Para Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, o Vaudeville Rendez-Vous constitui um “excelente exemplo” de cooperação entre os três municípios.
“Este festival partilha recursos, alinha programações e corporiza o compromisso com o eclectismo cultural, com a diversidade e com a promoção de outras manifestações artísticas”, referiu o autarca, defendendo o alargamento desta parceria a outras áreas da esfera cultural.
Na apresentação do evento, que contou com a presença de representantes das Câmaras de Famalicão e de Guimarães, Rio sublinhou a necessidade de “potenciar a itinerância dos espectáculos, aproveitando os equipamentos culturais existentes nas três cidades e promovendo uma programação integrada que possa potenciar o investimento que cada um dos municípios faz nesta área”.
Com a participação de 70 artistas portugueses e internacionais, o Festival acontece nos espaços públicos de Braga, Guimarães e Famalicão, municípios que co-financiam o projeto. Todas as apresentações têm entrada gratuita.
Bruno Martins, director artístico do Festival Internacional Vaudeville Rendez-Vous, considera que o evento “coloca as três cidades no centro do desenvolvimento e pensamento do circo contemporâneo e apresenta-se como o maior e mais influente festival de circo contemporâneo da região Norte do país”.
Esta 4.ª edição apresenta propostas artísticas que apontam para a descoberta de novas formas, reinventando os padrões estéticos que normalmente associamos ao circo, através de espectáculos híbridos que de forma inovadora, subvertem os aparelhos e as técnicas tradicionais.
Algumas destas obras são apresentadas por quatro projectos laureados por uma das mais importantes plataformas internacionais de apoio e acompanhamento a artistas emergentes na área do circo contemporâneo, a CircusNext. O Teatro da Didascália é parceiro associado desta plataforma internacional que tem como co-organizador o Centro Cultural Vila Flor.
No âmbito do trabalho desenvolvido no apoio ao desenvolvimento e internacionalização do circo contemporâneo em Portugal, o festival apresenta pela primeira vez uma co-produção transnacional em parceria com a associação italiana Sarabanda. O espectáculo ‘Sentido’ será desenvolvido em residência no âmbito do Festival, onde fará a sua estreia absoluta, seguindo depois para Torino e Génova, em Itália.
Outro dos pontos altos é a apresentação de ‘Send in the Clowns’, mais uma das co-produções do Festival, com direcção artística de Victor Hugo Pontes e interpretação dos alunos do 1º ano do INAC – Instituto Nacional de Artes do Circo.
FORMAÇÃO
Paralelamente às apresentações, o Festival promove uma série de oficinas de formação, com o objectivo de sensibilizar a comunidade envolvente sobre a complexidade destas linguagens. Serão desenvolvidas 3 oficinas, uma para cada um dos 3 pilares essências das artes do circo: malabarismo, equilíbrios e acrobacia aérea.
Ainda no âmbito das acções paralelas, é de salientar a 2.ª edição do Cabaret Showcase, um momento que consideramos fundamental na persecução do trabalho que temos desenvolvido na promoção e difusão dos artistas nacionais, junto de programadores portugueses e internacionais.
Com o objectivo de sensibilizar para as novas práticas de apoio à criação do circo contemporâneo, irá decorrer um debate sobre os diferentes modelos de apoio, desenvolvidos por cinco instituições convidadas desta 4º edição: La Central Del Circ (Barcelona), Biennale Internationale des Arts du Cirque de (Marselha), Crying Out Loud (Londres), Circus Centrum (Gent) e CircusNext (Europa).
Durante os quatro dias do Festival, o público é desafiado a tirar partido do património cultural de Braga, Guimarães e Famalicão, visitando os equipamentos culturais das três cidades. Fundação Cupertino de Miranda, Casa da Memória, Plataforma das Artes e da Criatividade, Museu da Imagem ou Termas Romanas são algumas das sugestões propostas.