A EDP convidou Rui Chafes, José Pedro Croft e Vhils a intervir nas suas barragens da Caniçada, Foz Tua e Baixo Sabor.
Estas intervenções, já concluídas, inserem-se no Roteiro de Arte em Barragens, um projeto inovador a nível mundial lançado pela EDP em 2006. Este roteiro, que conta já com obras de outros artistas e arquitetos, tem projetado o grupo em dimensões que vão muito além da sua principal atividade, reforçando o seu ADN enquanto impulsionador de arte. E dá, em simultâneo, um importante contributo ao desenvolvimento local.
Na Caniçada, Alexandre Farto, com o nome artístico de Vhils destaca, na obra Visceral, a ligação entre passado e futuro na intervenção que ali concluiu.
“Com o objetivo de humanizar o muro de contenção que rasga a paisagem através de uma intervenção que irá evoluir com o tempo e adaptar-se à mesma, a obra estabelece uma reflexão sobre a resiliência da população local face ao êxodo rural que tem afetado a região e a importância da regeneração geracional, assim como sobre a ligação entre o ser humano, o meio envolvente e o património edificado, sublinhando as particularidades da paisagem cultural e identitária local. Uma obra que liga a herança do passado à sustentabilidade do futuro”, afirma.
LIGAÇÃO HOMEM/PAISAGEM
A proposta para a intervenção artística – diz a EDP – “teve por base a ideia de desenvolver uma reflexão sobre a ligação entre o ser humano, a paisagem envolvente e o património edificado das grandes infraestruturas, sublinhando a sua importância para o desenvolvimento económico, mas também histórico e cultural, do país e das suas comunidades”.
A intervenção consiste numa peça mural em grande escala com recurso a uma técnica de pintura com pistola de alta pressão com tintas próprias para aplicação em superfícies de betão, seguido de pulverização da hidro-armadura final que irá garantir a sua proteção face aos elementos naturais adversos.
Com base num dos conceitos transversais à obra de Vhils – a noção de “moldagem recíproca” que explora a relação fundamental entre o indivíduo e o meio circundante, através da qual ambos desenvolvem um carácter comum – a composição em grande escala visa prestar uma homenagem à capacidade empreendedora e construtiva do ser humano, refletindo ainda a intenção de humanizar o património edificado para que o público se reveja em, e reflita, sobre o mesmo.
Para António Mexia, presidente da EDP, “este é mais um passo importante naquilo que tem sido o contributo do grupo para o país”.
Luís Moreira (CP 8078)