Uma equipa de investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis), no Porto, indica que, depois do violento incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande a 17 de Junho, a produção de dioxinas com efeitos nefastos para a saúde pode atingir níveis “bastante elevados”. Os investigadores sublinham a importância de se monitorizar a área e analisar os alimentos produzidos e consumidos na região, pois estes “podem estar contaminados”.
“Um incêndio é uma das situações que mais promove a produção de dioxinas e que têm efeitos nefastos na saúde das pessoas”, explica ao jornal Público a investigadora Conceição Calhau. “Além da contaminação mais directa pelo ambiente, os alimentos produzidos naquela região também podem estar contaminados. E durante muito tempo. Por isso, é que é tão importante monitorizar aquela região e aquelas pessoas”.
O Ministério da Saúde já foi contactado pela equipa de investigadores, que se disponibilizaram para fazer os trabalhos de monitorização da região. A Administração Regional de Saúde do Centro está ainda a avaliar a proposta para que se possa depois avançar com um plano de acção no terreno.
Quando expostos, mesmo que em doses muito reduzidas, a poluentes orgânicos persistentes, os seres humanos podem desenvolver problemas como obesidade, inflamação, diabetes e hipertensão arterial, sendo que as dioxinas têm a capacidade de danificar a capacidade de danificar a saúde metabólica.
O incêndio em Pedrógão Grande esteve atcivo durante cinco dias e consumiu um total de 45.979 hectares de floresta, tendo-se alastrado a seis concelhos vizinhos: Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Pampilhosa da Serra, Sertã, Góis e Penela
Fonte: Jornal Económico