A Associação Famílias, sedeada em Braga, vai oferecer materiais de educação e de medicina, em São Tomé e Príncipe, aproveitando uma viagem dos seus dois fundadores, o casal Luísa e Carlos Aguiar Gomes.
Os bens serão oferecidos através de uma organização não governamental que opera naquele país, como referiram à Press Minho/O Vilaverdense os principais responsáveis da Associação Famílias, referindo terem como único limite os 23 quilos da mala.
Segundo Carlos Aguiar Gomes, tudo começou quando “o nosso filho mais velho nos ofereceu uma viagem a este país-paraíso, São Tomé e Príncipe, o que aceitámos com imenso gosto”.
Só que, conforme explicou Luísa Aguiar Gomes, “logo nos demos conta de que esta nossa viagem, atendendo às enormes necessidades de muitos dos são-tomenses, decidimos ir mais além de nos cingirmos a uma justa estada de turismo”.
Por isso, “de repouso em lugar de sonho, para as nossas consciências, era muito pouco, mesmo muito pouco, pelo passámos à acção, metendo mãos à obra e contactando amigos, pois decidimos aliviar a nossa carga por mala”, acrescentou Luísa Aguiar Gomes.
“Resultou ter ficado uma mala livre, livre e logo começada a ser enchida, com lápis, agrafadores, uma mala com aparelhos novos de medicina, bolas, roupa para crianças e muito mais que comprámos ou nos deram para chegarmos aos 23 quilos livres da nossa ‘tralha’ que nos é permitido levar”, de acordo com a fundadora da Associação Famílias.
“Entretanto a minha mulher iniciou contactos com quem conhece o ‘terreno’ da pobreza no país do café e do cacau, e sobretudo, pelo que nos dizem, de pessoas excelentes e lá descobrimos uma ONG, digna de crédito, que vai receber o que demos e nos (lhes) vão dando”, revelou Carlos Aguiar Gomes.
“Vamos carregados? Não! Não, pois o que queríamos e deveríamos levar seria muito mais”, disse o mesmo responsável, explicando que “carregados, e muito, iríamos se fossemos centrados nos nossos umbigos”.
Acrescentou Carlos Aguiar Gomes que “conseguiríamos dormir tranquilos? Tenho a certeza que não”, pois “a nossa consciência não podia ficar tranquila a passear, comer, banhar em águas cálidas, ver uma paisagem exuberante”.
Segundo o casal, “a pobreza interpela-nos e obriga-nos à acção, aqui está, aqui estão, os nossos objectivos desta viagem, pois o Ano da Misericórdia não acabou, apenas continua sem ter um fim, a não ser no fim dos tempos”.
JG