A associação ambientalista Zero recordou, esta segunda-feira, véspera do Dia Mundial da Terra, o papel do Papa Francisco nas questões da sustentabilidade do planeta e das alterações climáticas.
Num comunicado onde pede energia mais renovável e que não se retroceda nas políticas ambientais (a propósito do Dia Mundial da Terra), a Zero lembra a importância do Papa Francisco, que morreu, esta segunda-feira, aos 88 anos, na necessidade de se cuidar da “casa comum” que é o planeta Terra.
Recorda nomeadamente o papel do Papa apelando ao “urgente desafio de proteger a nossa casa comum” na encíclica ‘Laudato si’, que completa 10 anos a 24 de maio.
“O que escreveu foi determinante em 2015, ano em que se aprovaram os 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável e o Acordo de Paris. O Papa mencionou que ´uma especial gratidão é devida àqueles que lutam, com vigor, por resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo´”, diz a associação.
A Zero recorda ainda que na encíclica o Papa refere que os jovens exigem uma mudança e interrogam-se como é que se pode construir um mundo melhor sem pensar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos.
“Lanço um convite urgente a renovar o diálogo sobre a maneira como estamos a construir o futuro do planeta. Precisamos de um debate que nos una a todos, porque o desafio ambiental, que vivemos, e as suas raízes humanas dizem respeito e têm impacto sobre todos nós. (…) Precisamos de nova solidariedade universal”, dizia o Papa na encíclica hoje recordada pela Zero.
TEMPO DE INCERTEZAS
No comunicado a associação diz que o 55.º Dia Mundial da Terra é vivido em tempo de incertezas e transformações aceleradas, de uma crise ambiental e climática que se intensifica, ou de reforço de investimentos em combustíveis fósseis, e diz ser fundamental evitar o retrocesso do Pacto Ecológico Europeu e de outros compromissos globais na área da sustentabilidade.
No Dia Mundial da Terra de terça-feira apela-se a cidadãos, governos, empresas e instituições, para se juntarem num compromisso comum: o de triplicar a geração de energia renovável até 2030.
“Quando a Europa está a aquecer duas vezes mais depressa do que qualquer outra região do planeta” reduzir a queima de combustíveis fósseis e efetuar uma rápida transição para fontes renováveis “é indispensável”, diz a Zero, que destaca que 32% da produção de eletricidade mundial e 45% da produção de eletricidade europeia é já garantida por fontes de energia limpa. Em Portugal esse valor em 2024 foi de cerca de 70%.
Para que Portugal atinja os objetivos do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) para 2030 tem de “elevar significativamente a ambição no que respeita à instalação de energia solar descentralizada em zonas residenciais, industriais e de serviços”, sendo também indispensável investir no armazenamento de energia elétrica, devendo criar-se um Plano Nacional para o Armazenamento de Energia, diz ainda.
Com JE