Presépios instalados pelas juntas de freguesia no centro de cidade de Vila Real foram vandalizados, com peças partidas, roubadas e até incendiadas, uma situação que os autarcas lamentam e lembram que o projecto é das comunidades locais.
A 1 de Dezembro foi inaugurada, no centro histórico da cidade, a mostra de 21 presépios, criados pelas 20 freguesias do concelho e pelos trabalhadores do município. A iniciativa está inserida no programa ‘Bila Natal’, dinamizado pela Câmara de Vila Real.
Logo no primeiro dia foi roubada uma peça do presépio da Freguesia de Vila Real e partida a cabeça de uma outra do de Abaças.
O presidente da Junta de Abaças, Filipe Brigas, disse à agência Lusa que foi partida e roubada a cabeça de uma das imagens do presépio feita com pedras de xisto, aludindo à produção de vinho que é uma das principais atividades económicas daquela freguesia.
O autarca disse que a peça já foi recuperada. “Já é o segundo ou terceiro ano que nos fazem isso. São coisas que dão muito trabalho, perdemos muito tempo com isto e depois estragam, não sei qual é o intuito, mas parto do pressuposto que é vandalismo de quem não sabe fazer mais nada”, referiu.
Pelas 02h30 da noite de sábado para domingo ardeu uma parte do presépio da Freguesia da Campeã, onde os materiais escolhidos foram a madeira e a palha de milho. O alerta foi dado por um popular que também ajudou a apagar o fogo que atingiu a carroça.
“O prejuízo não foi assim tanto, mas é mais a chatice de estragarem o que estava feito, o trabalho de várias pessoas. Já o fomos buscar para reparar e devemos repô-lo na terça-feira à noite”, disse o presidente da junta da Campeã, Jorge Maio, que se mostrou “completamente desiludido”.
PURO VANDALISMO
A cabeça do menino Jesus do presépio de Folhadela foi partida também neste fim de semana. As peças foram feitas por um artista da localidade e o presidente da junta local, Manuel Libório, disse ter ficado chateado com a situação.
“São coisas que estão quietas, não fazem mal a ninguém. É um acto de vandalismo puro”, referiu.
A situação de vandalismo na mostra de presépios não é nova e já se têm verificado situações idênticas em edições anteriores.
“Há muita gente de boa vontade a tentar alindar e colocar a cidade no espírito natalício e, depois, há meia dúzia que, por razões que a razão desconhece, se entretêm a destruir tudo”, afirmou à Lusa o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos.
Este ano já vários presépios foram atingidos. “Talvez porque, tal como os incêndios, o vandalismo cresce sempre após o ano eleitoral”, frisou.
Disse ainda ter ficado “triste, angustiado e desmotivado” com esta situação, aproveitando para enaltecer o trabalho de quem “tanto trabalha para bem da causa comum”.
Rui Santos adiantou que o município vai apresentar queixa formal na PSP contra estes actos de vandalismo e referiu que tem também alertado e sensibilizado a Polícia para estas situações, lembrando ainda a existência de guardas nocturnos na cidade.
“No fundo, é a PSP que tem a obrigação de zelar pela segurança de pessoas e bens e a verdade é que não o tem conseguido fazer. A câmara municipal está disponível para, junto da PSP, estudar mecanismos que impliquem, por exemplo, a colocação de câmaras em algumas áreas da cidade. Vamos perceber se essa é a solução e se tecnicamente é exequível”, salientou.
O presidente disse que não se trata apenas desta questão dos presépios, mas também de “outras questões de vandalismo que custam milhares e milhares de euros por ano a todos”.
Redacção com MadreMedia