Acompanhada por Catarina Martins, a deputada Alexandra Vieira teceu, esta sexta-feira à tarde, duras críticas ao actual executivo municipal na apresentação da sua candidatura como cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara de Braga.
A gestão da crise pandémica “sem uma única medida” de apoio às famílias, a “gentrificação acelerada” do centro histórico da cidade, de onde os moradores “são expulsos”, e a falta de mobilidade foram algumas das censuras endereçadas à maioria PSD/CDS/PPM que governa o município.
Apontando para a entrada bloquista na vereação, o reforço da representatividade na Assembleia Municipal e nas juntas de freguesia, Alexandra Vieira considerou que Braga, cuja paisagem é marca por “pilaretes e mais pilaretes”, “pouco mudou” nos últimos quatro anos de gestão de Ricardo Rio.
Sobre a actuação da maioria de direita nos momentos mais difíceis da pandemia da covid-19, a candidata bloquista foi peremptória: “Não se conhece uma única medida para acudir às famílias”.
“Toda a resposta à crise quer social, quer económica, foi descarregada na caridade ou no assistencialismo”, disse, referindo que quando questionado sobre a matéria, a resposta de Ricardo Rio foi a que “que não era da competência do município.
Criticando a “falta de consciência” para o “problema grave” da habitação, Alexandra Vieira acusou o executivo de Rio de “não ter uma política” para a habitação o que provocou o “agravamento do problema”.
A deputada, em jeito de resumo, traçou um cenário de uma cidade com “pilaretes e automóveis por todo o lado, longos engarrafamentos, a gentrificação acelerou, os moradores de há décadas são expulsos do centro histórico, escasseiam as árvores e as zonas verdes, as rendas de casa incomportáveis e o centro histórico em avançado estado de degradação”.
A defesa da antiga fábrica Confiança, que “a Câmara quis transformar em residência universitária de luxo”, o “indiscriminado” abate de árvores, as descargas no rio Este e a necessidade de realojamento dos moradores do monte Picoto são áreas em que, segundo a candidata, se exige intervir para melhorar o concelho e a qualidade de vida da sua população.
Para tal, Alexandra Vieira conta a união de esforços entre as organizações cívicas para “dar apoio aos mais vulneráveis” e resposta às crises estruturais de que o país padece.
COMPRAR GALARDÕES
António Lima, que se recandidata à Assembleia Municipal, caracterizou o concelho como sofrendo de “muitas vicissitudes” ou ponto de precisar pagar cerca de 80 mil euros dos bracarenses para ser considerado o destino “melhor da Europa ou do Mundo”.
“O concelho precisa de se impor pela qualidade de vida e não pela publicidade”, rematou.
Também Catarina Martins, a coordenadora do BE, abordou a polémica do galardão de Braga de Melhor Destino Europeu.
“Foi um caso caricato”, disse.
“Pagar-se para ser considerado o melhor europeu em vez de se investir para que Braga seja uma boa cidade para viver é acrescentar problemas a problemas”, concluiu.
Fernando Gualtieri (CP 7889 A)