Bárbara Barros, n.1 da CDU à Câmara de Braga, descarta qualquer possibilidade de entendimento ou de plataforma com os partidos de esquerda que estão na corrida para as Autárquicas de 26 de Setembro.
Em declarações ao PressMinho, no decurso da passeata que realizou esta sexta-feira pelo centro histórico na companhia de Heloísa Apolónia, do PEV, a candidata do PCP afirmou que qualquer união ou plataforma de entendimento “terá que partir de um projecto comum”, o que “hoje não acontece”.
“Se houvesse um programa que fosse de construção de um concelho e de um município que correspondesse às nossas expectativas, poderia acontecer algum entendimento, mas isso não acontece”, frisou.
“A CDU candidata-se com um projecto próprio de construção de muitos anos de alternativas e soluções para o poder local democrático, soluções muito concretas para Braga”, acrescentou, referindo que a coligação PCP/PEV “é distintiva pela coerência com que defende as propostas e princípios independentemente de haver, claro, entre os projectos mais de esquerda projecto e soluções comuns”.
Fez ainda questão de sublinhar que a CDU recusa “fazer alianças tipicamente eleitoralistas” para conseguir “mais poder com a soma de votos”.
Acusou, sim, as forças políticas que estiveram no poder autárquico de “motivação eleitoralista” quando “tiverem oportunidade de concretizar algumas medidas que agora dizem defender mas que não as assumiram nem as concretizaram”.
Apontou como exemplo a remunicipalização da Agere, uma bandeira da CDU “durante muitos anos”, lembrando que foi a única a votar contra a privatização. “Hoje é um tema de consenso na esquerda, mas também da coligação de direita PSD/CDS/PPM/Aliança”, disse.
PRÁTICAS NEGATIVAS
Antes, Bárbara Barros no final de um encontro com o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte / CGTP-IN, afirmou que “os trabalhadores são os grandes obreiros da actividade económica no concelho e a forma como são tratados pelos responsáveis políticos diz muito sobre as suas preocupações e prioridades”.
À delegação da CDU foram dados a conhecer diversos aspectos directamente relacionados com os trabalhadores da autarquia, mas também com os trabalhadores dos serviços públicos de Braga, nomeadamente os baixos salários, a precariedade laboral, a injustiça do sistema de avaliação SIADAP e a falta de trabalhadores em diversos serviços.
Segundo Bárbara Barros, ao longo do mandato a coligação PSD/CDS/PPM “manteve práticas negativas” que foram reveladoras de um posicionamento ideológico atentatório dos direitos dos trabalhadores e dos serviços públicos”.
“O facto dos trabalhadores das escolas não terem ainda recebido o subsídio de alimentação relativo às semanas de confinamento forçado em 2020 é um exemplo muito claro”, afirmou.
Fernando Gualtieri (CP 7889 A)