Paula Nogueira, candidata do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara Municipal, acusa a Câmara de “desprezar” nos últimos “quatro anos” de gestão PSD /CDS-PP, os músicos e agentes culturais da cidade, dado que ”fecha todas as portas às iniciativas propostas pelos músicos e artistas independentes”.
A candidata bloquista afirma que é necessário encetar o diálogo com os artistas, músicos e agentes no sentido de encontrar os melhores espaços para o seu trabalho, de desenhar articulações e de apoiar o dinamismo criativo. Afirmou que “esse diálogo deve ser saudável, transparente e frequente, sobretudo numa cidade que ser Capital da Cultura”.
Paula Nogueira lamentou saber que as bandas têm mais oportunidade de actuar e de mostrar o seu trabalho nas cidades vizinhas.
Estas afirmações foram proferidas no encontro que manteve com músicos e agentes culturais, onde ouviu que Braga tem, há várias décadas, artistas, bandas e agentes culturais e é conhecida a nível nacional por esse dinamismo e por essa razão, a anterior governação autárquica socialista criou dez salas de ensaio no Estádio 1.º de Maio. No entanto, referem, este número “nunca foi suficiente”, dado que “a lista de espera é longa”. Por outro lado, acrescentam, “as condições de limpeza e de segurança não são as melhores e o espaço apresenta sinais de degradação”.
“Todas as iniciativas individuais, pedidos de apoio, propostas de festivais e de concertos esbarram sempre em obstáculos burocráticos e em pedidos de autorização que raramente são concedidos”, e quando “ocasionalmente” conseguem mostrar o seu trabalho “têm de estar integrados numa iniciativa da Brageventos, empresa que coordena todas as iniciativas da autarquia neste âmbito”.
“Por sua vez, esta empresa prefere contratar artistas de outros lados e a preços exorbitantes, para as animações culturais frequentes que a Câmara promove. Os espaços de espectáculos de Braga, tais como o Theatro Circo ou o GNRation, são vedados a estas bandas e os bares não reúnem as condições de insonorização que permitam a realização de concertos sem perturbar a vizinhança”, lamentam.
FG (CP 1200)