Paula Nogueira defendeu a “urgência” de uma política cultural que dê “coerência e sustentabilidade” ao trabalho dos agentes criadores e promotores. Afirmou a candidata do Bloco de Esquerda (BE) à presidência da Câmara de Braga na visita que efectuou à Academia de Teatro de Braga (TinBra).
“Não podemos ter uma Câmara que ignora umas associações, coloca outras permanentemente de chapéu na mão e beneficia descaradamente outras, sem que se percebam os critérios”, defendeu Paula Nogueira.
A candidata do BE considera que “é necessário um regulamento de apoios específicos para a cultura, tal como foi feito para o desporto, que defina regras claras e transparentes e que contratualize os apoios com base num contrato-programa, em alguns casos plurianual, tal como faz, a nível central, o Instituto das Artes”.
Só desta forma, considera, “é possível associações como o TinBra e outras saberem o que contam, quanto contam e durante quanto tempo, enquanto a autarquia também sabe exactamente que trabalho, que produções, que formação, que espectáculos as associações se propõem fazer, criando mecanismos de monitorização do cumprimento do contrato-programa.
Instalado provisoriamente no Mercado Cultural do Carandá, a candidatura do BE testemunhou a falta de condições para o TinBra desenvolver o seu trabalho, que envolve quase 300 crianças, jovens e adultos, quer em ateliers nas suas instalações, quer em escolas.
Por isso, Paula Nogueira, apoia a reivindicação de Maria Torcato que considera que “ao fim de tantos anos de trabalho já merecemos ter as nossas instalações, como acontece com outras entidades instaladas pela Câmara, aqui ao nosso lado”.
A falta de espaços culturais foi outro problema abordado nesta visita com Maria Torcato a mostrar-se apreensiva com a falta de um local digno para a próxima edição do Festival de Teatro.
A bloquista considera que as limitações referidas pelo TinBra são as mesmas de que padecem muitas outras associações culturais do concelho que “são ignoradas por uma autarquia que prefere encher olhos com grandes festas e acontecimentos efémeros do que apostar no apoio à consolidação do trabalho de quem faz cultura no concelho”.
“É necessário inverter a forma de trabalhar nesta área, se queremos ser Capital Europeia da Cultura”, avisa Paula Nogueira.
FG (CP 1200)