O grupo parlamentar do PCP na Assembleia da República questionou, esta sexta-feira, o ministro da Economia e a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre o despedimento de 67 trabalhadores da Gabor Portugal, Indústria de Calçado Lda, sediada em Silveiros, Barcelos.
Em jeito de pronto prévio, os comunistas dizem, este sábado em comunicado, que mesmo em gestão, Governo PSD/CDS “pode e deve intervir em situações como aquelas que vivem estes trabalhadores e suas famílias”. O que não pode é “usar as suas funções nas circunstâncias atuais apenas para propaganda eleitoral”.
Já nas questões enviadas aos membros do de Executivo de Luís Montenegro, pelos deputados Alfredo Maia e António Filipe, o PCP lembra que, em 2020, a Gabor Portugal detinha o estatuto de maior fabricante de calçado em Portugal, sendo ainda hoje, com 1500 trabalhadores, uma das marcas de calçado feminino mais conhecidas na Alemanha e em muitos países europeus. Contudo, e apesar de ter faturado 67,5 milhões de euros, acaba de despedir 67 trabalhadores, “desconhecendo-se quaisquer justificações da empresa para tal medida”.
“A invocação de oscilações de mercados não pode justificar a opção dos despedimentos”, avisa o PCP, já que se trata de “uma empresa com resultados económicos globalmente muito positivos”, que “resultam do esforço e do sacrifício, em primeiro lugar, dos seus trabalhadores”.
“Os trabalhadores não podem ser usados como peças descartáveis, que se despedem para salvaguardar lucros maiores. Falamos de pessoas com famílias e despesas para corresponder”, escrevem os comunistas no documento remetido ao ministro Pedro Reis e à ministra Maria do Rosário Palma Ramalho.
Além de quererem saber se têm conhecimento de despedimentos na Gabor Portugal, os comunistas pretendem conhecer que medidas já tomaram ou têm previstas para “defender os direitos dos trabalhadores vítimas de despedimentos naquela empresa e para garantir os respetivos postos de trabalho”.
Perguntam ainda se a empresa teve apoios públicos no âmbito do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, e, em caso afirmativo, em que valores.
Por último, questionam sobre que apoios públicos nacionais ou comunitários beneficia a empresa e que garantias de manutenção dos postos de trabalho foram exigidas como contrapartida pelos apoios concedidos.
Fernando Gualtieri (CP8788)