O BE defendeu esta quarta-feira que é “incompreensível” que PSD, CDS-PP, Chega e IL tenham impedido a iluminação da fachada da Assembleia da República com as cores da bandeira da Palestina este mês e acusa a diplomacia portuguesa de uma “hipocrisia insanável”.
Após reunião da conferência de líderes, o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, assinalou que no dia 27 de Outubro se assinala “um ano da invasão total da Faixa de Gaza”, data na qual os bloquistas pretendiam que as cores da bandeira da Palestina fossem projectadas na fachada do Parlamento para apelar a um cessar-fogo permanente e à paz.
O deputado recordou que em 7 de Outubro do ano passado, por proposta do então presidente do Parlamento, Augusto Santos Silva, a fachada da Assembleia da República foi iluminada com as cores da bandeira de Israel, após o ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita nessa data.
“Hoje [quarta-feira], a mesma motivação, a paz, o luto com as mortes civis, não mereceu o acolhimento maioritário da Conferência de Líderes. Há, aliás, essa hipocrisia insanável na diplomacia portuguesa, que posicionando-se a favor da paz, posicionando-se alegadamente a favor de uma solução de dois Estados, só reconhece o Estado de Israel e este é, infelizmente, mais uma evidência dessa hipocrisia que tem composto a diplomacia portuguesa e que é preciso ultrapassar”, apontou o líder parlamentar do BE.
Fabian Figueiredo acusou ainda os partidos da direita de se terem juntado “em coro” para rejeitarem uma proposta “que procura somar aos esforços de todos aqueles, de todas aquelas, que desde o início das operações militares em Gaza têm procurado parar as armas e abrir um caminho para a paz”.
O líder parlamentar do BE salientou não só o papel de António Guterres, que de forma “solitária” tem apelado para um cessar-fogo, bem como o do seu subsecretário-geral adjunto.
“A começar pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, uma voz tantas vezes solitária que é preciso apoiar, mas também o seu subsecretário-geral adjunto, Jorge Moreira da Silva, que tem denunciado as atrocidades que se passam em Gaza”, afirmou.
O bloquista acredita por isso que a decisão dos partidos da direita é “incompreensível”.
“É para nós incompreensível que haja uma maioria de bloqueio que tenha impedido que o Parlamento português se posicione de forma clara a favor do cessar-fogo permanente e que esteja também ao lado das vítimas palestinianas”, atirou.