Mariana Mortágua anunciou esta sexta-feira que o Bloco de Esquerda (BE) está a preparara uma manifestação para o 25 de Abril, contra a “viragem a direita” em Portugal, verificada nestas eleições Legislativas.
Falando após uma reunião com o Livre, em mais um encontro entre os partidos da esquerda, a coordenadora do partido afirmou que foi um encontro “importante”, esperando que “possa abrir a porta a um diálogo permanente”, e criar as condições para que haja “convergência dos grupos parlamentares na oposição”, que pode passar também por “iniciativas conjuntas”.
No imediato, destacou a “grande mobilização que queremos para o 25 de Abril”, que celebra os 50 anos da Revolução dos Cravos, “mas também é o momento em que o país sai à rua para dizer que há esperança no futuro e numa alternativa perante o crescimento da extrema-direita e a viragem à direita no país”.
Além do reforço da articulação parlamentar, Mariana Mortágua defendeu ainda a “convergência de acção nos movimentos feminista, LGBT, pelo direito à habitação, pela defesa do clima”, considerando “importante que os partidos à esquerda e ecologistas sejam capazes de mostrar ao país capacidade de diálogo”.
“ESQUERDA ATENTA”
Da mesma forma, é necessário “que a esquerda esteja atenta, mobilizada e capaz de representar todo o povo que quer prevenir retrocessos”, o que significa “impedir iniciativas que possam constituir retrocessos sociais”, nomeadamente em temas como a interrupção voluntária da gravidez ou a lei da morte assistida.
Perante “reforço da direita e da extrema-direita” que “explora a desigualdade, a desesperança, o ressentimento na sociedade com oportunismo e muitas vezes com mentira”, a coordenadora do Bloco salientou que “a responsabilidade da esquerda é de garantir um diálogo para fazer oposição a essa direita e garantir que não há nenhum recuo em direitos sociais, mas também garantir que vai tecendo uma alternativa e uma esperança para Portugal”.
“E assim provar que “há em Portugal uma esquerda capaz de afirmar uma alternativa e servir de barreira ao retrocesso social que representa a extrema-direita hoje”, disse.