O presidente da Câmara de Esposende revelou, esta segunda-feira, durante as comemorações do Dia da Cidade e do Município que poderá não concluir o seu último mandato à frente do município, explicando ter sido convidado para “outras missões” de âmbito nacional.
Foi já no final da sua intervenção na sessão comemorativa do Dia da Cidade e do Municipal, que assinalou os 452 anos de concelho e 31 de elevação a cidade, que Benjamim Pereira revelou que esta foi “provavelmente a última” cerimónia do Dia do Município a que presidiu.
“Outras missões, de âmbito nacional, me foram pedidas por pessoas em quem acredito e a quem não posso dizer que não, e pode acontecer de ter de suspender o meu mandato dentro de pouco tempo”, justificou
O autarca social-democrata manifestou, contudo, total disponibilidade para “ajudar o executivo, Esposende e os esposendenses”.
Segundo fontes, a sua nova ‘casa’ será o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), a convide do primeiro-ministro.
Em jeito de “prestação de contas”, o autarca aludiu ao vasto trabalho realizado, traduzido na concretização de um conjunto de investimentos e na execução de vários outros projectos que se perspectivam, dando cumprimento ao plano de acção traçado para o território concelhio, com vista à sua projecção, valorização e desenvolvimento.
Tendo como cenário a Praça D. Sebastião, recentemente requalificada, Benjamim Pereira referiu que é o mesmo “sentido de missão, reconhecimento e gratidão” que leva o município a investir na criação do Museu D. Sebastião, no Forte S. João Baptista, edifício que albergará o Centro de Divulgação Científica e Cultural de Esposende, que será o “novo ex-libris de Esposende”.
Cumprido o propósito de homenagear os antigos presidentes da Assembleia Municipal, no âmbito dos 50 amos do 25 de Abril, Benjamim Pereira exortou a uma maior participação cívica, notando que “a democracia é um processo contínuo, em constante construção e melhoria”.
CRITICAS AO GOVERNO PS
O autarca não deixou de apontar o dedo ao Governo, afirmando que, nos últimos oito anos, Esposende foi prejudicado em termos financeiros, “umas vezes por incompetência governativa, outras de forma intencional”.
Concretizou, relembrando que não houve financiamento para a construção do Laboratório de Inovação e Sustentabilidade Alimentar do IPCA, para o Parque da Cidade, para a intervenção de Pedrinhas/Cedovém, em Apúlia, para a Barra de Esposende, para a requalificação da EN 13 ou para o Instituto Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia Marinha da Universidade do Minho, a instalar na antiga Estação Radionaval de Apúlia.
Ainda assim, afirmou, o município tem hoje “uma carteira de obras e de projectos única no país”, não obstante estar obrigado a “uma gestão muito mais apertada e a deitar mão de recursos que poderiam ter sido usados para outros fins, nomeadamente para investir mais nas freguesias”.
“Esposende está na linha da frente dos municípios portugueses nas várias áreas da sua competência, sendo hoje uma referência no país”, disse.
BALANÇO
A terminar a sua intervenção, e em jeito de balanço da actividade autárquica que desenvolve desde 2009, Benjamim Pereira afirmou que esteve nos cargos “de forma plena, com total dedicação e lealdade ao compromisso assumido com as populações aquando dos actos eleitorais”.
Assumiu que não podendo agradar a todos sempre tratou todos por igual e sem discriminação alguma, tomando as decisões que melhor protegiam o interesse público.
“Nunca tive a perspectiva de que ser autarca era um emprego, mas sim uma missão”, afirmou, dizendo-se sortudo e privilegiado por poder servir o concelho e as suas gentes.
“Gostaria de ter feito mais, gostaria de ter alcançado mais, mas, com humildade, sei que dei tudo de mim, que fui forte e intransigente a defender o município quando foi necessário, e que não deixei ficar mal quem acreditou em mim desde a primeira hora”, concluiu, com agradecimentos aos autarcas de freguesia, aos conselhos de administração das empresas municipais e Zendensino, ao presidente da Assembleia Municipal e ao executivo que o acompanha.