Greve na Alemanha, corrente humana na Holanda, bloqueio dos armazéns da Amazon na França: as iniciativas anti-Black Friday multiplicaram-se esta sexta-feira para denunciar o excesso do consumo e suas consequências climáticas, no início de uma nova série de manifestações globais contra o aquecimento.
Na Alemanha, centenas de funcionários da Amazon, segundo um sindicato, aproveitaram esta Black Friday para chamar a atenção para as condições de trabalho.
A “Amazon destrói empregos e o clima”, “Block Friday”, podia ser lido nos cartazes dos cerca de quarenta activistas em frente à empresa em Flers-en-Escrebieux, no norte da França, cuja a entrada era protegida por cerca de 20 policiais.
No Reino Unido, onde os distribuidores apostam na Black Friday para tentar aplacar os temores dos consumidores sobre as incertezas do Brexit, um grupo de artistas de Bradford, na região de North Yorkshire, convocou as pessoas para um ‘Buy Nowt Friday’, em um jogo de palavras entre ‘Now’ (agora) e ‘not’ (não), sequestrando o slogan publicitário ‘Buy Now’ (compre agora) da Black Friday.
Os estudantes da associação ‘Students for Climate’ formaram uma cadeia humana em Maastricht, Holanda, para protestar contra o consumo excessivo. Essas acções coincidiram com o lançamento nesta sexta-feira na Ásia-Pacífico de uma nova série de eventos globais contra o aquecimento global.
Em Tóquio, centenas de pessoas marcharam no distrito comercial de Shinjuku.
“Hoje, a Amazon emite gases de efeito estufa como um Estado”, denunciou Jean-François Julliard, director do Greenpeace França, participando de uma manifestação com várias dezenas de outros activistas em frente à sede da Amazon francesa.
Convocados pela Attac e Greenpeace para esta acção apresentada como “não violenta e alegre”, os manifestantes exibiram faixas hostis ao gigante do comércio online antes de se sentarem em frente à sede da empresa, gritando: “Dizemos stop à Black Friday e sua impunidade!”.
“Precisamos mais do que nunca de acções de desobediência civil, porque a Amazon é um símbolo da impunidade”, incluindo fiscal, estimou a eurodeputada Manon Aubry (LFI, esquerda radical), presente no evento.
Ainda em França, em tempos de urgência climática, várias ONGs ecologistas organizaram um boicote à jornada de promoções e descontos importada dos Estados Unidos.
Além dos colectivos civis, a deputada Delphine Batho, sem partido, apresentou uma emenda parlamentar que proíbe essa operação comercial fora dos dois períodos de liquidação regulamentados no país, em Janeiro e Junho.
Já na quinta-feira, dezenas de activistas de movimentos ambientalistas bloquearam uma central de distribuição da gigante americana Amazon em Bretigny-sur-Orge, localidade a 42 km ao sul de Paris, impedindo a saída de camiões carregados de produtos que deveriam abastecer o comércio para a Black Friday.
Redacção com AFP