Líder bloquista reforça que “começar a desfazer o enorme aumento de impostos de Vítor Gaspar com mais escalões de IRS é essencial”.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirma que a responsabilidade do partido é defender o aumento do rendimento disponível conseguido com o trabalho e recuperar os serviços públicos “atacados” durante o Governo PSD/CDS.
Catarina Martins falava numa acção de pré-campanha com o candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Lisboa, Ricardo Robles.
“Quem fala connosco vai reconhecendo que houve melhorias, mas também nos fala do tanto que ainda há por fazer. Das pensões que ainda são muito baixas, do salário que ainda não chega, das horas extraordinárias que não são pagas, das dificuldades no acesso à habitação e aos transportes. E essa exigência é uma exigência de quem vem tendo confiança numa nova situação política e vendo os resultados de uma economia que está a melhorar, mas aguarda que essa melhoria possa fazer efeito na vida concreta”, disse.
Para que estes “efeitos na vida concreta” dos cidadãos se sintam, e numa altura em que se negoceia o Orçamento do Estado para o próximo ano, a líder bloquista considera que “a grande responsabilidade” do partido passa por defender a recuperação dos rendimentos do trabalho – pensões e salários – e dos “serviços públicos – da Saúde, da Educação, dos Transportes -, aquilo que pode fazer a diferença e que foi muito atacado nos anos de PSD/CDS e da troika”.
Desde logo, segundo Catarina Martins, o BE tem “uma proposta essencial” que é conseguir, ao nível do Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS), um “alívio dos rendimentos do trabalho” de quem ganha menos e “da classe média, que tem uma carga fiscal muito grande em Portugal e que, com isso, reduz muito o seu rendimento disponível”.
“Começar a desfazer o enorme aumento de impostos de Vítor Gaspar [ex-ministro das Finanças] com mais escalões de IRS é essencial para conseguir esse alívio nos rendimentos da generalidade das famílias em Portugal”, sublinhou.
Por outro lado, destacou que “há também imensas injustiças” para corrigir, nomeadamente para quem começou a trabalhar aos 12/14 anos, “pediu a reforma ainda sob a legislação da direita e hoje vive com 150 euros por mês”.
“É por aqui que temos negociado, temos conversado, é um percurso não isento de dificuldades, mas seguramente hoje o país está em melhores condições do que alguma vez esteve para dar estes passos de justiça essencial a quem trabalha e a quem trabalhou tanto”, salientou.
A responsável salientou ainda que a recuperação dos serviços públicos, nomeadamente na Saúde e na Educação, é um dos pilares do BE e relembrou as dificuldades dos enfermeiros especialistas, nos médicos com dificuldade de aceder à especialidade, na “praga dos professores contratados décadas e décadas, a saltitar de escola em escola, quando as escolas estão a precisar tanto de mais professores e de mais pessoal não docente”.
FG (CP 1200) com Renascença