O Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo, esta quinta-feira, sobre o anunciado encerramento da empresa Têxtil António Falcão. S.A, de Arcozelo, em Barcelos, que a concretizar-se atira o desemprego 77 trabalhadores, quase todos mulheres.
Fundada em 1957, dedicada à produção e comercialização de meias e collants de senhora e criança, fios poliéster e fios oliamida, a têxtil beneficiou ao abrigo do PER- Processo Especial de Revitalização e do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência de uma operação de investimento de 1, 620 milhões de euros.
O documento, entregue pela deputada Isabel Pires, o Bloco questiona se o Executivo está a acompanhar a situação e se foi comunicada à Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho algum despedimento colectivo por parte da têxtil.
O BE afirma que teve conhecimento que a empresa Têxtil António Falcão se prepara para o encerramento e consequente despedimento dos 77 trabalhadores directos. Acrescenta que “a administração da empresa, enviou uma carta aos trabalhadores, que se encontravam de férias, a informar estar a atravessar uma situação económica e financeira complicada teria de encerrar e consequentemente despedir os trabalhadores”.
A carta dizia anda que “os “problemas graves de liquidez comprometem não só o regular cumprimento dos pagamentos acordados no PER, mas também a capacidade da empresa continuar a assegurar o pagamento pontual das suas obrigações correntes, nomeadamente os vencimentos dos trabalhadores, encontrando-se, assim, comprometida também a manutenção da actividade da empresa”.
A este propósito, os bloquistas referem que, em 2022, a empresa, teve uma operação de investimento ao abrigo do Programa de Recapitalização Estratégica, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no valor de 1, 620 milhões de euros. Este programa teve início em Junho de 2022 e tem como data de conclusão 31 de Dezembro de 2025.
“Recentemente, a administração da empresa, anunciava à imprensa da área têxtil, que a estavam numa fase de muito investimento e a apostar em outras áreas como o mercado do têxtil técnico e sector médico”, lê-se no documento enviado ao Governo, que deste esta quinta-feira se encontra em gestão, depois de ver a moção de confiança chumbada no Parlamento.
Afirmando, a sua solidariedade para com estas trabalhadoras, o BE considera que “é precisa uma intervenção do Governo de forma a garantir todos os direitos dos trabalhadores são assegurados”.