As candidaturas autárquicas do Bloco de Esquerda (BE) do distrito de Braga visitaram, nesta segunda-feira, o município de Pontevedra, na Galiza, Espanha, a fim de conhecerem a revolução na mobilidade urbana realizada ao longo dos últimos 20 anos.
Um dos candidatos presentes foi Luís Lisboa, cabeça-de-lista à Câmara de Guimarães, que salientou que as soluções galegas são “um bom exemplo de território pensado para as pessoas”.
O candidato afirma que Pontevedra deparava-se com problemas semelhantes aos do concelho de Guimarães: “engarrafamentos, fraca qualidade do ar, acidentes rodoviários e migração das pessoas do centro da cidade para as periferias”.
O objectivo do plano de mobilidade, acrescente, “era a retirada dos automóveis do centro da cidade, para melhorar a qualidade de vida das pessoas, facilitando principalmente a circulação de crianças e pessoas com mobilidade condicionada”.
A autarquia galega, refere Luís Lisboa, implementou várias medidas para a “domesticação do automóvel”, através do planeamento do tráfego e construiu parques de estacionamento de periferia, limitou o estacionamento de superfície a 15 minutos, para apoio ao comércio local, e fixou a velocidade máxima de 30km/h em todas as estradas municipais.
“Apesar da resistência popular inicial, normal às mudanças na circulação urbana, os resultados atingidos são muito positivos. As ruas centrais passaram de 4000 para 400 carros por dia, as crianças vão a pé para a escola, brincam tranquilamente nas praças e, nos primeiros anos, o comércio local triplicou o volume de vendas”, sintetiza o bloquista.
Luís Lisboa destaca ainda “a importância do planeamento da mobilidade a pensar nas pessoas para a criação de espaços de fruição e sociabilização”.
O candidato bloquista lamenta que “apesar da existência de um Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS), que atribui prioridade à circulação pedonal, ciclável e através de transportes colectivos, as obras municipais continuam a privilegiar o alcatrão para os automóveis”.
“O PMUS precisa de sair do papel, é urgente que as nossas ruas e avenidas sejam transformadas a pensar nas pessoas, porque o espaço público e a rua têm de ser uma continuação da nossa própria casa”, afirma.
Fernando Gualtieri (CP 7889 A)