A estância do Bom Jesus do Monte passa a estar presente na lista indicativa nacional da UNESCO. Segundo a avaliação da Comissão Nacional da organização, a estância do Bom Jesus do Monte cumpre os critérios obrigatórios para estar enquadrada nesta lista. A área de classificação contempla toda área envolvente ao Santuário, com cerca de 25 hectares.
Esta lista indicativa é um pré-requisito indispensável para a candidatura de bens a Património Mundial e é mais um passo para o Bom Jesus se classificar como monumento nacional.
Na conferência de imprensa realizada esta esta quarta-feira, Varico Pereira, mesário da Confraria do Bom Jesus, referiu que “tem sido feito um esforço o manter a integridade do Santuário” e que esse foi um “factor preponderante na avaliação”.
“Todo o trabalho que temos desenvolvido nos últimos três anos, no que diz respeito à requalificação da estância do Bom Jesus, foi importante para a UNESCO perceber que esta Comissão está determinada em levar avante o seu objectivo e que tem feito um esforço financeiro grande, com ajuda dos fundos europeus”, explicou.
Na apreciação final da Comissão Nacional, o Santuário é apresentado como tendo um “valor universal excepcional” e como “uma propriedade única e sempre com o mesmo dono, que apresenta uma gestão qualitativamente boa, com uma óptima garantia de futuro”.
Jorge Ortiga, Presidente da Comissão da Candidatura do Bom Jesus a Património Mundial da Humanidade, destacou o papel que a sociedade bracarense pode ter neste processo, contribuindo com “as suas dádivas e ofertas”.
O prelado referiu também que esta “é uma oportunidade para as diversas instituições que caracterizam a região do Minho sentirem este prazer e esta responsabilidade de contribuir”.
Nova candidatura finaliza intervenções orçadas em 2 milhões
Na sequência das intervenções de requalificação da estância, a Confraria do Bom Jesus submeteu ontem uma nova candidatura ao programa NORTE2020.
O programa NORTE 2020 é o instrumento financeiro de apoio ao desenvolvimento regional do Norte de Portugal.
O objectivo desta candidatura é o de terminar a intervenção na área patrimonial, nomeadamente no Terreiro dos Evangelistas, na conservação e restauro do interior da Basílica do Bom Jesus, nas seis capelas que faltam restaurar no escadório do pórtico e ainda todo o escadório do pórtico até aos cinco sentidos.
Dentro da candidatura está prevista uma intervenção na mata, mas apenas a que se encontra circunscrita à área do escadório e à proximidade da Basílica.
Os custos desta nova intervenção rondam os 2 milhões de euros, embora a Confraria ambicione que 85% desse valor seja financiado.
Passado, presente e futuro
Na conferência de imprensa, a Confraria do Bom Jesus adiantou ainda que será construído, nas instalações da Confraria do Bom Jesus, um Centro de Memória do Bom Jesus.
Segundo Varico Pereira, será um “espaço museológico” que vai permitir “albergar um conjunto de obras sobre o Bom Jesus, de informação e de bens” que podem ser também ser visitados pelos turistas.