Viu um homem de 70 anos cair de costas, com estrondo, e sem motivo aparente, no chão do café AlexBia, em Vila Verde. Ligou várias vezes para o 112, mas não conseguiu pedir socorro. Em frente mora um bombeiro voluntário. Tocou à campainha, mas ele “estava a jantar”. Apesar de o homem não ter falecido – teve uma crise diabética -, Iolanda Pinto, não contém a indignação com a sua “falta de profissionalismo”.
Eram 21 horas de sexta-feira quando se apercebeu da queda. Conseguiu chegar à fala com o 112…Mas a chamada caiu. Insistiu e, nada! Viu, então, uma ambulância dos Bombeiros estacionada do outro lado da rua. Tocou à campainha, mas nada feito: a refeição estava primeiro, disse o bombeiro. Pediu-lhe, então, o número do quartel porque o 112 não respondia. Disse-lhe que tinha de ligar para o 112 e foi ao repasto.
Iolanda Pinto arranjou boleia e foi ao quartel. E a ambulância do INEM lá foi ao café: “fui criada nos bombeiros de Valença, meu pai e minha irmã eram voluntários pelo que não admito que alguém, ainda por cima fardado, despreze um doente caído”, salienta.
Ao JN desta segunda-feira, o comandante, José Alberto Lomba criticou o bombeiro, dizendo que “tem de estar disponível 25 horas por dia”.
Garantiu que vai ser “admoestado, por isso”. O responsável acentua, no entanto, que a viatura só transporta doentes sentados e que o comportamento correto é o de ligar o 112, já que só o INEM tem recursos humanos e técnicos para atender a situações de crise aguda. E que, sem ordem do 112, os carros dos Bombeiros não podem ligar sirenes – sonoras ou luminosas – sob pena de multa.