O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Terras de Bouro disse, este domingo, que a corporação vem pedindo há 10 anos a colocação no concelho de uma EIP (Equipa de intervenção permanente) com cinco elementos para ataque rápido a incêndios ou outras situações de emergência civil.
Manuel Tibo comentava o repto lançado, momentos antes, ao presidente da Câmara, Joaquim Cracel, por Bruno Alves da Federação Distrital dos Bombeiros de Braga, pedindo-lhe que o município não esqueça esse propósito e lembrando que uma EIP é benéfica para a segurança dos cidadãos.
Tibo falava nos Bombeiros Voluntários de Terras de Bouro que este domingo celebraram os 32 anos da fundação da associação humanitária. Acto em que, o presidente da direcção, Manuel Tibo homenageou o autarca local, Joaquim Cracel e o Comandante, José Dias. A sessão solene, em que foram condecorados vários bombeiros e o ex-Comandante da Protecção Civil, Ercílio Campos, contou, ainda, com a presença do eurodeputado José Manuel Fernandes, do presidente da Assembleia-Geral, António Amaro, do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, Hermenegildo Abreu, da Protecção Civil do distrito, do presidente da assembleia municipal, Guilherme Alves e de vereadores e membros da corporação.
TIBO: “QUERO QUE SINTAM ORGULHO NOS BOMBEIROS”
Na ocasião, Manuel Tibo – que se emocionou aquando a da entrega da distinção a Cracel – garantiu que a “direcção, em colaboração com o comando, tudo fará para que, no que respeita aos socorro das pessoas e protecção dos seus bens, os cidadãos de Terras de Bouro vejam não só melhorada a sua qualidade de vida, mas sintam, também, orgulho nos seus bombeiros”.
Já o presidente da Câmara – que foi também agraciado pela Liga dos Bombeiros – elogiou a actividade da corporação e a Competência da sua direcção assinalando que actua não só no combate aos incêndios mas também no apoio social.
No uso da palavra, o presidente da Liga classificou, como “ridícula” a verba que o Estado dá, em 2017, 25,7 milhões de euros, para financiar as 435 corporações de voluntários do país.
LIGA DOS BOMBEIROS QUER CARTA SOCIAL DO BOMBEIRO
“Os bombeiros, como se viu em Pedrogão Grande, enfrentam a morte sem que o Governo lhes dê qualquer incentivo”, afirmou, lembrando que um bombeiro morreu e quatro ficaram gravemente feridos ao tentarem desencarcerar um automobilista apanhado pelas chamas.
Jaime Marta Soares disse que a maioria das corporações atravessa uma situação financeira “gravíssima” agravada pelo facto de o Governo lhes dever 30 milhões de euros de serviços de transporte de doentes ainda não pago.
Afirmou que não foram os bombeiros quem falhou na tragédia de Pedrogrão Grande, garantindo que “fizeram muito bem o que tinham que fazer”.
“Vamos exigir, até ao fim, que se saiba o que se passou em Pedrogão”, acentuou. Lembrou que há 30 mil bombeiros voluntários em Portugal, a que acrescem 15 mil na reserva e outros tantos no quadro de honra.
“Somos responsáveis por 98 por cento da actividade de protecção civil, por 96 por cento dos efectivos de combate aos incêndios e 95 por cento das atividades do INEM”, frisou.
O comandante da Liga garantiu que o organismo se continuará a bater pela Carta Social do Bombeiro e pela reposição da medida, entretanto revogada, que previa que os anos de serviço como voluntário contassem, em 25 por cento e mediante pagamento, para a reforma.
CMS (CP 3022)