Outrora símbolo de riqueza e poder, a desocupada Casa da Quinta da Igreja vai cumprir o destino há décadas desejado pela população freguesia de Gualtar: lar de terceira idade para os idosos socialmente vulneráveis. O projecto, que reúne as vontades do Centro Social do Vale do Homem (CSVH) e da Junta, implica um investimento de mais de um milhão de euros.
A celebração do contrato de comodado entre o CSVH, uma IPSS com sede em Vila Verde, e a junta de freguesia bracarense – proprietária da Quinta- foi assinado esta sexta-feira. A abertura do lar está prevista para finais de 2018.
Localizada paredes-meias com a ‘velhinha’ igreja românica de Gualtar, a solução encontrada para a Quinta da Igreja responde, afirma João Nogueira, à concretização de um sonho nascido em 1989, data em que aquele património passou para as mãos da Junta.
“Foi sempre um desejo da população construir na Quinta um espaço para aqueles que precisam de apoio social na velhice, um equipamento que há muito nos faz falta, já que estamos bem apetrechados em outros equipamentos”, explica o presidente da Junta de Gualtar.
Se para Nogueira, o lar de 3.ª idade representa “mais um passo” para “fechar do círculo” no que respeita a políticas sociais, para Jorge Pereira, o futuro lar integra-se no plano do CSVM de alargamento da sua acção social também para Braga, como aconteceu com Amares, onde possui o Lar das Termas.
“É um orgulho vir para Gualtar, uma freguesia emblemática de Braga”, diz o presidente do CSVH, referindo que o equipamento tem como objectivo dar apoios quer de saúde, quer social e cultural a idosos com demência e doença mental, daí o nome escolhido: FelizMente Lar.
CAPACIDADE PARA 40 UTENTES
Jorge Pereira avança que o investimento – que inclui a recuperação do edifício e a construção de nova ala- supera o milhão de euros, custos a suportar na totalidade pelo CSVH, embora não descarte candidaturas a apoios “caso elas sejam abertas”.
O futuro FelizMente Lar está projectado para receber 40 utentes, o que obriga à contratação de 30 postos de trabalho directos.
O presidente da IPSS vilaverdense assegura que a selecção dos utentes e dos colaboradores será “preferencialmente regional”, ou seja da freguesia, como está implícito no contrato de comodado, válido por 25 anos, renovável por períodos de 5 anos.
Fernando Gualtieri (CP 1200)