A PJ está a investigar o pagamento de 300 mil euros do grupo ABB a Francisco Moita Flores, antigo presidente da Câmara Municipal de Santarém, noticia este sábado o jornal Expresso. O ex-autarca diz que está a ser “vítima de um espectáculo” montado pelo actual presidente da autarquia.
O ex-polícia e ex-autarca social-democrata é arguido num processo de corrupção e prevaricação ocorridos quando era presidente do município ribatejano. O Ministério Público (MP) suspeita que o também escritor e comentador de televisão terá sido corrompido com 300 mil euros para favorecer uma construtora bracarense, que recebeu uma indemnização de 1,8 milhões da câmara no negócio da construção de um parque de estacionamento em Santarém.
Segundo o semanário, a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ e o Ministério Público (MP) realizaram esta semana buscas na sede da Antinomia, a empresa de produção de vídeo que Moita Flores tinha com a mulher, a actriz Filomena Gonçalves.
Fonte judicial, citada pelo Expresso, afirma que MP desencadeou as buscas porque considera que “importa aprofundar a investigação relativamente a operações financeiras” entre a ABB e várias organizações ligadas a Moita Flores e à sua família.
Em declarações ao jornal, o ex-autarca assegura que “não houve corrupção” e que “os pagamentos estão todos justificados”.
“Estou a ser vítima de um espectáculo montado por uma procuradora do Ministério Público, que decidiu perseguir-me com acusações falsas, e pelo actual presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves [PSD], que me escolheu para desviar as atenções das promessas eleitorais que não conseguiu cumprir”, assegura.