Mostrar o papel dos micróbios no bem-estar social e na sustentabilidade, são alguns dos objectivos da 15ª Conferência Internacional de Colecções de Culturas, que a Universidade do Minho (UMinho) recebe entre os próximos dias 12 a 16, e que reúne cerca de 150 participantes de 33 países.
As bacterioterapias, os biofertilizantes, os biocombustíveis e a valorização de resíduos são outros temas do programa da conferência, que decorre no auditório A1 do campus de Gualtar (Braga) e online.
Esta conferência trienal decorre sob os auspícios da WFCC, que congrega mais de 3.3 milhões de micróbios isolados e caracterizados de 830 colecções de 78 países.
Estas colecções estão ao dispor de novos utilizadores para se acelerar a inovação e a bioeconomia.
“A indústria 4.0 e a biotecnologia têm-se afirmado neste século, logo os micróbios são cada vez mais a base da produção de alimentos, de fármacos e de energia verde, entre tantos aspectos”, explica Nelson Lima, o coordenador do evento, Nelson Lima, que também dirige a Infra-Estrutura Europeia de Investigação em Recursos Microbianos (MIRRI-ERIC) e a Micoteca da UMinho.
O professor da UMinho acrescenta que a pandemia covid-19 universalizou a consciência social sobre os micróbios, desde os mais benéficos aos problemáticos.
“Este grupo de seres vivos tem elevado potencial para se continuar a criar soluções inovadoras, ambientais e económicas e contribuir positivamente para os grandes desafios societais da economia circular, saúde planetária, segurança alimentar, transição climática, descarbonização e biodiversidade”, realça, assinalando a “importância especial” da presente conferência para afirmar Portugal neste domínio.
PROGRAMA
O programa inclui sete sessões plenárias, 46 comunicações orais, 54 posters, dois workshops, um minicurso e uma mesa redonda sobre tecnologias de ponta na área.
A abertura oficial é na segunda-feira, às 09h30, com o presidente da Federação Mundial das Colecções de Culturas (WFCC), Ipek Kurtboke, o presidente da União Internacional das Sociedades de Microbiologia, Rino Rappuoli, e o representante da Agência Executiva para a Investigação da Comissão Europeia, Andreas Holtel.
Vão intervir o presidente do município de Braga, Ricardo Rio e, da parte da organização, o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, o reitor da Universidade de La Frontera (Chile), Eduardo Hebel, e o coordenador do evento, Nelson Lima.
Sequem-se as palestras das professoras Ellen Jo Baron, da Universidade de Stanford (EUA), e Rosa Aznar, da Universidade de Valência (Espanha), entre outros.