Sem qualquer explicação à comunicação social, os vereadores do PS não compareceram à habitual conferência de imprensa no final da reunião do executivo camarário de hoje.
A explicação que terá sido avançada pelos socialistas, segundo fontes autárquicas, foi a de não “existir matéria” que justifica-se o encontro com os jornalistas. Se é certo que a reunião de executivo desta segunda-feira não foi, ao contrário de muitas outras, a mais polémica, a verdade é que a ausência inédita ao encontro com a comunicação social foi entendida como uma ‘fuga’ dos socialistas a (inevitáveis) perguntas ‘incómodas’ sobre o ‘negócio’ das Convertidas, que levou à sub-comissão de Ética da Assembleia da República a retirar a impunidade parlamentar ao deputado e ‘líder’ da oposição socialista na Câmara de Braga, Hugo Pires.
O ‘caso dos TUB é igualmente inconfortável para os socialistas por envolver dirigentesdo PS bracarense com responsabilidades autárquicas e de administração na transportadora pública da cidade ainda na governação de Mesquita.
“Mau para as instituições”
“ Câmara Municipal de Braga e as empresas municipais de Braga não são palco de corrupção”, comentou Ricardo Rio, presidente da autarquia, quando questionado pelos jornalistas sobres estes casos que nos últimos dez dias criaram grande alvoroço e perplexidade na cidade, além de aumentar a desconfiança sobre todos os que ocupam cargos públicos.
Referindo que “nenhum dos casos é novo”, Rio adianta que “a suspeita que envolvem gestores de empresas municipais foram uma marca de muitos anos da governação da cidade.
“Há que destacar aquilo que são casos avulso daquilo que é a gestão das instituições”, acrescenta, afirmando que “fico feliz, não é por este ou aquele ser preso ou acusado mas pelo facto das instâncias judiciais poderem permitir o apuramento de eventuais responsabilidades, o que é positivo para o reforço da confiança dos cidadãos nas instituições”.
“Acontecimentos deste tipo nunca abonam a favor da boa imagem dos titulares de cargos públicos e das instituições públicas”, comentou, por sua vez, o vereador comunista, Carlos Almeida.
“Cria-se um lugar-comum, uma opinião generalizada nos cidadãos de que ‘isto é tudo igual’, de quem está no exercício de cargos públicos, seja nas autarquias, nas empresas municipais ou instituições públicas está para favorecimento próprio, o que é mau para a democracia e para a imagem das instituições”, afirma, sublinhando que “ a degradação [da imagem] das instituições é um aspecto negativo para o bem comum e partir desse patamar será cada vez mais difícil exercer essas funções com dignidade”.
Fernando Gualtieri (CP1200)