A 20ª edição da Braga Romana, que se realiza entre os dias 22 e 26 de Maio, conta com 72 horas de programação e vai dividir-se por vários espaços da cidade, valorizando o legado deixado pelos romanos.
O centro histórico de Braga volta a transformar-se num verdadeiro portal do tempo, numa viagem de regresso à Bracara Augusta. Ao longo dos cinco dias, será recriado todo o bulício das urbes romanas.
Por todo o lado, haverá marcas do quotidiano da antiga cidade, com os ofícios, o mercado, o cortejo, as encenações, o teatro, a música e as danças a servirem de elo de ligação com o passado, o presente e o futuro.
A expectativa da Câmara de Braga é que o evento atraia cerca de 300 mil pessoas e possa gerar um retorno económico na casa dos 10 milhões de euros, beneficiando sobretudo a hotelaria, a restauração e o comércio, se as condições meteorológicas forem favoráveis.
“Nós estamos muito orgulhosos da nossa história e temos tentado preservar a memória física e intangível de ano para ano com o envolvimento de toda a comunidade. A Braga Romana mobiliza muitos milhares de pessoas e é um evento em que a cidade se revê”, referiu o autarca acrescentando a dimensão pedagógica do evento.
“Aproveitamos a Braga Romana para dar a conhecer os nossos espaços patrimoniais, o espólio do período romano e os hábitos e costumes que ficaram enraizados”, afirmou.
“A Braga Romana é uma iniciativa de reforço da nossa identidade comunitária, um evento que mobiliza a cidade, mas também um grande atractivo turístico, que faz com que largas centenas de milhares de pessoas acorram a Braga”, sublinhou o presidente da autarquia bracarense, Ricardo Rio, na apresentação da edição deste ano que se realizou na Fonte do Ídolo, santuário rupestre dedicado a Nábia, Deusa Suprema das águas férteis e a Fortuna de Bracara.
CELEBRAR A DEUSA NÁBIA
O local não foi escolhido ao acaso, o evento que celebra, este ano, a sua XX edição é dedicado a Nábia, divindade indígena do nosso território, ligada ao culto das águas.
“Nábia será a protagonista de duas iniciativas repletas de beleza e simbolismo que marcam o primeiro dia da Braga Romana, a 22 de Maio. Primeiro de manhã com a presença de cerca de três mil crianças, na praça Municipal, numa cerimónia marcada pelo aroma e pelo colorido das flores, a beleza e ternura das nossas crianças e o simbolismo dos espectáculos. E depois à noite, pelas 21h30, com a Ascensão de Nábia, um momento que junta as várias áreas disciplinares artísticas, desde a dança, o novo circo e a música, que promete surpreender todos os presentes”, explicou a chefe de Divisão da Cultura, Márcia Ataíde, que deu a conhecer o programa da Braga Romana.
Outra das novidades da edição, deste ano, é o teatro clássico. Nas ruínas do Teatro Romano no Alto da Cividade, será possível assistir a vários espectáculos pela Companhia de Teatro de Braga.
Márcia Ataíde destacou também o ciclo de conferências ‘Tempus Fugit’ que arrancou, no início do mês de Maio, e que promete levar os participantes a conhecer o passado histórico e cultural da cidade de Braga durante o período romano, “numa oportunidade única para explorar e compreender as influências e a rica herança histórica e cultural que os romanos deixaram em Braga”.
Entre as novidades, deste ano, referência ainda para as oficinas de cozinha, no Aldeamento Brácaro. “A culinária é uma das melhores formas de conhecer os hábitos e estilo de vida das populações do passado”, referiu a responsável salientando que “para o período Romano, temos à nossa disposição um vasto conjunto de fontes que nos elucidam sobre os hábitos alimentares destas populações. Partindo destas fontes vamos tentar recriar o ambiente de uma cozinha romana”.
Através de uma parceria com a Nova Acrópole de Braga, será dinamizada durante a Braga Romana uma sessão que visa a sensibilização da saúde mental através da ‘Filosofia e Bem-estar: Viver como um estóico’. A iniciativa irá decorrer nas Termas Romanas do Alto da Cividade, na época, um espaço de convívio, de descontração, de relaxamento.
PROGRAMA PARA INFÂNCIA
A programação para a infância volta a ser uma aposta do evento com o intuito de oferecer aos mais novos a oportunidade de se ligarem com o património cultural da cidade.
Ao todo serão promovidas mais de 160 actividades pedagógicas desde aulas de língua latina, escrita cursiva e história; exposição de artes e ofícios; visitas e percursos encenados; teatros clássicos; teatros de marionetas; oficinas de construção de máscaras greco-romanas; encenações; oficinas de cerâmica e tesselas; oficina de danças; jogos de tabuleiro romanos; fábulas; jogos romanos e workshops de instrumentos musicais.
À Braga Romana – Reviver Bracara Augusta não faltarão os rituais habituais como o Rito Fundacional de Bracara Augusta, o Baptizado Romano, o Casamento e o Funeral Romano que, este ano, passam para a praça Municipal para dar resposta às necessidades em termos de público que tem vindo a crescer de ano para ano, como explicou a responsável.
Destaque ainda para o Circo Máximo, que este ano, irá decorrer ao longo de três dias, 24, 25 e 26 de Maio, um espectáculo inspirado naqueles lutadores quase mitológicos que fazem vibrar o público com as suas lutas, as suas vitórias e as suas derrotas.
Mas em Bracara Augusta, vive-se um período de paz. Brácaros e Bracaraugustanos unem-se, convocando os povos da Gallaecia, para juntos desfilarem pela Augusta da Cidade, num majestoso cortejo triunfal, onde a música, a dança, o teatro, a força, as divindades e o próprio poder imperial, atravessam as ruas. A iniciativa decorre na sexta-feira, dia 24, a partir das 21h00.
“São 72 horas de programação e perto de 200 actuações em seis palcos localizados no Rossio da Sé; Largo do Pópulo; Largo S. João do Souto; Largo de Santiago; Largo D. João Peculiar e Ruínas do Teatro Romano”, sublinhou ainda Márcia Ataíde.
Para o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Rio, “a Braga Romana tem uma dupla função, por um lado reforça a nossa identidade coletiva e, por outro lado, tem uma dimensão pedagógica”, afirmou.
“Nós estamos muito orgulhosos da nossa história e temos tentado preservar a memória física e intangível de ano para ano com o envolvimento de toda a comunidade. A Braga Romana mobiliza muitos milhares de pessoas e é um evento em que a cidade se revê”, referiu o autarca acrescentando a dimensão pedagógica do evento. “Aproveitamos a Braga Romana para dar a conhecer os nossos espaços patrimoniais, o espólio do período romano e os hábitos e costumes que ficaram enraizados”.
Ricardo Rio reafirmou ainda a “Braga Romana como um grande evento turístico, que atrai muitos milhares de pessoas que chegam à nossa cidade, oriundos de vários pontos do globo. Se o bom tempo ajudar teremos uma grande realização e esperamos receber mais de 300 mil pessoas”, referiu.
Segundo o edil, o impacto económico “será seguramente superior a 10 milhões de euros” ao longo dos cinco dias, em que a cidade receberá “muitos turistas”, quer portugueses, quer estrangeiros.
A programação completa está disponível AQUI.