‘Porta Aberta’ é a designação do monumento evocativo ao Arcebispo D. Diogo de Sousa que foi inaugurado este sábado no cruzamento entre as ruas dos Capelistas e de Dr. Justino Cruz. O monumento, que resulta do concurso de ideias lançado pelo município de Braga, homenageia a figura mais importante do urbanismo bracarense que, com a sua visão estratégica, abriu Braga ao mundo.
O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, considerou que o monumento constitui um “acto de justiça” para com esta figura da Igreja que deixou marcas profundas na cidade.
“Braga é conhecida como a Cidade dos Arcebispos e a eles deve, ao longo da sua história, muitos dos impulsos para se tornar uma cidade pujante na região onde se insere, a crescer em projectos inovadores na área da educação, da valorização patrimonial e do ordenamento urbanístico”, salientou o autarca, na cerimónia que contou com a presença do Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga.
Ricardo Rio lembrou que o Executivo municipal “tem procurado reforçar a estatuária da cidade com base no contributo de figuras de proa da sociedade bracarense”, como aconteceu já com Salgado Zenha, D. Frei Bartolomeu dos Mártires e com o Imperador César Augusto, fundador de Braga.
Já para Miguel Bandeira, vereador do Urbanismo e Património, não é possível compreender a história da cidade sem conhecer a obra mecenática do Arcebispo D. Diogo de Sousa.
“Ainda hoje o fundamental dos espaços públicos do centro histórico de Braga tem a sua marca. O relevo da sua obra é tão importante no plano civil como no religioso. Há uma Braga antes e uma depois de D. Diogo de Sousa. Com D. Diogo de Sousa Braga abriu-se ao mundo, modernizou-se no domínio urbano, da economia (rede de mercados), na assistência e na saúde, no ensino lançando as bases dos Estudos Gerais de Braga e na reforma da igreja”, salientou o vereador, frisando o facto de a inauguração acontecer na data em que se assinala a morte do prelado.
A peça com 7m x 2m em estrutura metálica forrada a chapa de bronze é da autoria da Sequeira Arquitectos Associados, que conquistou o primeiro prémio no concurso de ideias lançado pelo município.
Diogo de Sousa (1461 – 1532) foi Arcebispo de Braga durante 27 anos, considerado como um dos mais importantes promotores da história da Braga e o “novo fundador” desta cidade, pela sua actividade pastoral, cultural, humanismo cívico e pela sua veia urbanística. Uma personalidade de relevo, com interesse para a história da Igreja e para a história das ideias religiosas, sociopolíticas, pedagógicas e artísticas desta época. É considerado um humanista e uma das figuras mais notáveis e um dos mais ilustres homens da Igreja portuguesa da sua época, um nome maior da cidade de Braga.