O Mosteiro de São Martinho de Tibães, em Braga, e as Minas Romanas de Tresminas, em Vila Pouca de Aguiar, vão passar a Monumentos Nacionais, segundo decisão do Governo, expressa no comunicado do Conselho de Ministros desta quarta-feira.
O Governo aprovou na reunião do Conselho de Ministros um decreto-lei “que reclassifica o Mosteiro de São Martinho de Tibães, actualmente imóvel de interesse público, como monumento nacional, amplia a área classificada e altera a respectiva zona”, e um outro “que reclassifica o sítio arqueológico Minas Romanas de Tresminas, actualmente sítio de interesse público, como monumento nacional”, lê-se no comunicado.
Quanto ao Mosteiro de São Martinho de Tibães, fundado em finais do século XI e classificado como Imóvel de Interesse Público em 1944, consta da lista de património cultural a ser alvo de intervenções no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência para a área da Cultura.
O mosteiro é constituído pela igreja, alas conventuais e espaço exterior – a cerca, e o edifício que hoje existe foi construído ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX.
Em 1833/34, com a extinção das Ordens Religiosas, o mosteiro foi encerrado, os seus bens inventariados e postos à venda, excepto a igreja, o passal e uma zona conventual que, continuando propriedade do Estado Português, ficaram em uso paroquial.
Em 1986, o Estado, perante a degradação e delapidação daquele património nas décadas anteriores, adquiriu-o, iniciando a sua recuperação com estudos, registos e limpezas que viabilizaram os projectos de restauro que se seguiram.
Mantendo os usos associados à Paróquia de Mire de Tibães, duas novas valências foram implementadas, uma das quais a cultural, associada ao conceito internacional de Museu Monumento e Jardim Histórico, que permite percorrer, ver e sentir os espaços e os seus tempos.
A outra valência é a de acolhimento, com a adaptação da parte do edifício mais arruinada às necessidades de uma comunidade religiosa da Família Missionária Donum Dei, com as valências de hospedaria e restaurante.
Já o complexo mineiro romano de Tresminas representa uma das mais importantes explorações de ouro do Império Romano.
As minas foram geridas directamente pela guarda do imperador romano. Aqui, a exploração de ouro decorreu ao longo de 450 anos e depois não teve mais intervenções.
Dos trabalhos de exploração resultou um conjunto monumental formado pelas cotas de exploração a céu aberto e por um complexo de poços e galerias subterrâneas.
Durante séculos, este património mineiro permaneceu bem preservado, o que motivou a sua classificação como Imóvel de Interesse Público (1997) e, em 2012, foram classificados alguns componentes do sistema de abastecimento de água a esta zona mineira como Monumento de Interesse Público.
No início do ano passado, o município de Vila Pouca de Aguiar submeteu uma candidatura à lista indicativa de Portugal ao Património Mundial, estando o processo na fase de prestar esclarecimentos à Comissão Nacional da UNESCO.
É intenção do município agregar Tresminas ao complexo mineiro de Lás Médulas (Espanha), que é Património Mundial da UNESCO desde 1997, na categoria de paisagem cultural.
A candidatura conjunta prevê a implementação de um projecto cultural que tem como objectivo a valorização do legado mineiro romano na Península Ibérica.
Com RTP