Os pais dos alunos do colégio D. Diogo de Sousa, em Braga, promovem, no sábado, uma vigília silenciosa para manifestarem a sua “preocupação” com as anunciadas mudanças do sistema educacional e organizacional daquele estabelecimento de ensino.
Na petição, que já reúne mais de 900 assinaturas, os pais sublinham a necessidade de compreender as razões que fundamentam “uma mudança tão abrupta numa instituição de referência, que tem cumprido com excelência a sua missão ao longo dos anos” e, por isso, querem uma reunião com os responsáveis da arquidiocese “com carácter de urgência”.
Na segunda-feira, a arquidiocese de Braga revelou, em comunicado, que está a implementar um “processo de reorganização” das suas instituições, entre as quais o colégio D. Diogo de Sousa. “Com esta mudança, pretende-se, através da transparência e co-responsabilidade, promover uma boa gestão dos recursos à disposição do nosso colégio”, refere a nota.
A arquidiocese sublinha que foi sempre sua intenção fazer esta mudança “com toda a serenidade”, envolvendo toda a comunidade, desde a direcção, professores, colaboradores, alunos e pais. “Na continuidade de 75 anos de um projecto educativo de excelência, a arquidiocese garante o normal funcionamento do colégio, com um corpo educativo coeso e empenhado, e já está a preparar uma transição serena para assegurar a continuidade dos projectos pedagógicos e valores que nos caracterizam”, lê-se ainda no comunicado.
Segundo a arquidiocese, a actual direcção do colégio “manifestou indisponibilidade para fazer parte desta mudança”, pelo que em breve será anunciada a nova equipa directiva, “comprometendo-se a manter o padrão de qualidade e dedicação que têm distinguido o colégio ao longo da sua história”.
PAIS QUEREM CONTINUIDADE
No domingo, o actual director do colégio, Cândido Azevedo de Sá, já tinha dirigido uma carta aos encarregados de educação dando conta da intenção da arquidiocese de mudar, a partir de 6 de Janeiro, a estrutura de organização e funcionamento do estabelecimento de ensino.
Segundo Cândido Sá, a ideia será utilizar numa escola privada católica o modelo de organização e de funcionamento da escola pública.
“O director pedagógico e o director administrativo constituiriam a comissão executiva, nos moldes e conforme está tipificada para a escola pública. Estes dois responsáveis teriam grandes responsabilidades, mas veriam os seus poderes esvaziados, ficando reduzidos ao papel de meros títeres”, escreveu, na carta dirigida aos encarregados de educação. Por isso, manifestou a sua indisponibilidade para ocupar qualquer cargo na nova estrutura de direcção do colégio.
Os pais e encarregados de educação referem que temem pela estabilidade necessária para a boa continuidade do ano lectivo, rejeitando, por isso, a implementação de alterações das regras “a meio do jogo”. Exigem ainda o conhecimento, na sua plenitude, das mudanças a implementar, “com o tempo de ponderação necessário para se perceber o impacto das mesmas”.
“Somos um colégio com quase 2 200 alunos, cujos rigor, disciplina, qualidade, dedicação, formação integral de mulheres e homens cidadãos (e cristãos) foram mantidos ao longo dos anos, com elevado esforço e competência de todo o seu corpo docente e discente, orientados de forma eficaz com a chegada do director pedagógico padre Cândido Azevedo de Sá e do director administrativo António de Barros Araújo”, rematam.