O ‘Braga Para Todos’ organiza no próximo domingo, entre as 16 e as 19 horas, um debate sobre a violência doméstica, no Pavilhão Multiusos da Junta de S. Vicente. No dia 25, com partida da avenida Central, a partir das 17 horas organiza ainda uma manifestação silenciosa que tem como objectivo recordar as vítimas de violência doméstica do ano transato.
“Pretendemos dar início a trabalhos referentes a esta e a outras problemáticas sobre assédio sexual, desigualdade de géneros e os vários tipos de violência doméstica. Há casos onde a vítima tem vergonha de apresentar queixa e está a ser destruída do ponto de vista emocional, com marcas que perduram além das físicas, e que podem limitar a vida dessa pessoa, levando-a diversos comportamentos e até ao desenvolvimento de doenças comuns, como a depressão”, salienta o movimento.
Recorde-se que em Portugal houve 27 mil participações em 2016 e entre 16 a 18 vítimas mortais referenciadas por violência doméstica.
“Todos sabemos que estes números são menores que a realidade. As penas são demasiado leves e a história já nos devia ter ensinado que não é uma pulseira electrónica que impede o agressor de consumar o crime. Não podemos agir ou colocar o tema na agenda política apenas quando há banhos de sangue ou alguma sentença alvo de controvérsia que chega aos media. Não podemos ser brandos até estes números continuarem aparecer: As próprias associações devem ser mais activas no terreno pois este tema é de todos e pode afectar cada um de nós“, frisa o movimento.
“Prevenir a violência doméstica vai construir uma comunidade melhor, mais justa, igualitária e também ajudar a desconstruir as bases da sociedade patriarcal, onde ainda estamos inseridos. Em meios mais rurais ainda subsiste a ideia do homem de família como autoridade do lar e este pensamento coloca a mulher em sua dependência, muitas vezes também financeiramente, face à crise e ao facto de quando um tem que abdicar do trabalho por causa dos filhos, por norma é o elo mais fraco, a que recebe menos. Tudo isto torna-se um novelo que coloca constantemente a mulher num papel onde facilmente pode tornar-se vítima”, remata o ‘Braga Para Todos’.