O pároco João Torres, o impulsionador do conhecido presépio vivo de Priscos, vai celebrar missa, aos domingos, num campo de futebol e em dois pavilhões gimnodesportivos, para “fintar” a falta de espaço nas igrejas decorrente das restrições impostas pelas autoridades de saúde.
João Torres, que tem a seu cargo as paróquias de Priscos, Guisande e Tadim, todas no concelho de Braga, disse esta sexta-feira à Lusa que nas igrejas apenas caberiam “umas 20 e poucas pessoas”, face ao distanciamento social decretado por causa da pandemia de covid-19.
“As igrejas, por norma, já são pequenas, o que significa que agora uma parte substancial dos fiéis não iria poder assistir à missa”, referiu.
Assim, João Torres conseguiu a disponibilização do campo de futebol de 11 em Guisante e dos pavilhões em Priscos e Tadim, para a realização das missas dominicais.
Este domingo, celebra missa às 09h00 em Priscos, às 10h00 em Guisande e às 11h00 em Tadim.
Uma espécie de palco fará de altar e haverá cadeiras espalhadas pelos recintos, com o distanciamento de dois metros entre elas.
“Assim, haverá certamente lugar para todos. Sei que há paróquias em que está a haver marcação prévia para a missa, quase como quem reserva mesa para o restaurante, mas penso que essa solução não é a melhor”, disse ainda João Torres.
Durante a semana, as missas terão lugar nas igrejas paroquiais, já que a afluência de fiéis é substancialmente menor.
Portugal entrou no dia 3 de Maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de Março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância activa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
O Governo aprovou esta sexta-feira novas medidas para entrarem em vigor na segunda-feira, 1 Junho, com destaque para a abertura dos centros comerciais (à excepção da Área Metropolitana de Lisboa, que continuam encerrados até, pelo menos, 4 de Junho), dos ginásios, dos ATL ou das salas de espectáculos.
Estas medidas juntam-se às que entraram em vigor no dia 18 de Maio, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.
O regresso das cerimónias religiosas comunitárias está previsto para este sábado, e a abertura da época balnear para 6 de Junho.
Foto Renascença