Depois de concluído do processo de certificação da Viola Braguesa, a Câmara de Braga pretende agora levar este instrumento típico do concelho à comunidade escolar. A indicação foi deixada este sábado por Ricardo Rio, que marcou presença nas II Jornadas da Viola Braguesa organizadas pelos Amigos da Viola Braguesa e pelo Centro de Estudos Lusíadas da Universidade do Minho.
“A Viola Braguesa marca a identidade da cidade de Braga, a sua história e as suas tradições. E foi por isso que realizámos o processo para a certificação deste instrumento com o objectivo de contribuir para a sua preservação, garantir a sua autenticidade e contribuir para a promoção e projecção da economia local”, sustentou o presidente da Câmara, assinalando a importância de levar este instrumento às gerações mais novas.
Neste momento existem já quatro unidades produtivas certificadas e foram emitidas 200 etiquetas de certificação para instrumentos produzidos no concelho. Rio lembra que este trabalho foi possível com o contributo de “todos aqueles que querem valorizar a história e o património da cidade”, destacando o contributo dos Amigos da Viola Braguesa, da Universidade do Minho e das escolas de música que continuam a preservar este instrumento.
VIOLA BRAGUESA
Durante as jornadas, o presidente da autarquia apresentou o livro que reúne o estudo que serviu de suporte ao caderno de especificações e à certificação da Viola Braguesa com o enquadramento histórico e geográfico, o percurso histórico da viola em Portugal, a identificação das matérias primas e do modo de fabrico. Segundo Ricardo Rio, esta obra “irá permitir uma maior divulgação e promoção” do instrumento.
No noroeste português destaca-se uma viola de arame de 10 cordas (5 duplas), de afinação aguda, usada sobretudo na execução e acompanhamento de música tradicional como rusgas, chulas, desgarradas ou desafios, formas musicais bem ritmadas e vivas.
Na zona de Braga desenvolveu-se um núcleo de produção com uma concentração de violeiros significativa estando a cidade inequivocamente ligada a esta produção – daí lhe ter emprestado o nome ‘Braguesa’.
De fácil execução e boa sonoridade, é talvez a viola tradicional portuguesa mais relevante, não só pelas suas características, mas pelo facto de se ter mantido em uso até aos nossos dias e ser amplamente utilizada na música popular portuguesa.