A Câmara de Braga apoiou, este ano, seis largadas de combate à ‘Vespa das galhas do castanheiro’, uma praga que tem afectado a produção de castanha, revela Altino Bessa, vereador do Ambiente.
A acção, realizada em cinco locais do concelho (Escudeiros, Morreira, Crespos, Palmeira, Este S. Pedro) validados com um nível de infestação elevado, tem a colaboração da RefCast (Associação Portuguesa da Castanha) e da Direcção Regional de Agricultura do Norte, fruto da adesão do município ao protocolo BioVespa, que visa a luta biológica em focos de infestação.
Já em 2016 e 2017, a Câmara apoiou três largadas deste parasitóide nas freguesias de Escudeiros, Mire de Tibães e Palmeira. “Atendendo a que é uma praga muito recente, agressiva e, perante os conhecimentos técnicos actuais, o tratamento químico é ineficaz e tem um impacto negativo no ambiente. Até ao momento, a luta biológica apresenta-se como o meio mais eficaz com a realização de largadas sucessivas de populações do himenóptero Torymus Sinensis, que é o parasitóide das larvas da vespa da galha do castanheiro”, explica Bessa.
A vespa da galha do castanheiro (Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu) é um insecto minúsculo, originário da China, que ataca os castanheiros, causando a formação de galhas nos gomos e nas folhas. Provoca, assim, a diminuição do crescimento dos ramos e impede a frutificação, conduzindo ao declínio e morte dos castanheiros. Foi detectado em Portugal, no Entre Douro e Minho em 2014 e em Trás-os-Montes em 2015.
“Este será um trabalho que poderá durar anos, até que a natureza atinja o seu próprio equilíbrio ecológico e esta praga se situe em níveis que não sejam tão nefastos para a produção local”, sustenta Altino Bessa, adiantando que “estão a ser desenvolvidos estudos por especialistas com espécies nativas para uso futuro na limitação natural desta praga”.
Foi ainda criada uma Comissão de Acompanhamento, Prevenção e Combate à Vespa-das galhas do castanheiro, criada pelo Despacho n.º 5696/2017, de 29 de Junho de 2017, do Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.
“ O município de Braga está atento a estas situações no panorama agrícola e esta é mais uma praga que beneficia das alterações climáticas cada vez mais presentes e às quais temos todos que estar vigilantes”, conclui o vereador do Ambiente.
FG (CP 1200)