Muitos milhares de ‘bragagustanos’ e de forasteiros oriundos dos quatro cantos do Império de Roma ‘engarrafaram’ esta quinta-feira as ruas do centro da urbe fundada por César Augusto, já lá vão dois milénios.
Aproveitando o (reposto) feriado de Corpo de Deus, a nova Bracara Augusta não resistiu às novidades trazidas pelos mercadores e saltimbancos que fazem da Braga Romana um dos pontos altos do calendário daquela que é considerada a Roma Portuguesa, mais pela herança deixada pelos arcebispos, do que, reconheça-se, por César Augusto.
Os críticos asseguram que a Braga Romana deste ano de 2016 d.c. tem menos tendas, menos animação de rua, e com toda a razão -se é permitida a este cronista opinião-, uma má distribuição das tendas, sobretudo nas ruelas estreitas ao redor da Sé Catedral, tornando desesperante a circulação da ‘plebe’ de César e do imperador Ricardo Rio, em particular para os casais com crianças em carrinho de bebé.
O que está a preocupar os comerciantes, muitos deles vindos do norte da Gallaecia (hoje em dia conhecidos por galegos), não são os aspectos organizacionais, mas a meteorologia, que nesta capital da antiga província romana da Galiza, parece adversa às grandes iniciativas do município, como sucedeu o ano passado com Noite Branca, fria e chuvosa.
Com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a anunciar chuva para esta sexta-feira a partir do final da manhã e para todo o dia de sábado, os ‘tendeiros’ estão de olho tanto na meteorologia – ou seja no céu- e no negócio, que confessam “vai correndo menos mal, graças a Deus’.
A cartomante instalada nas imediações da Sé procura nas cartas a resposta para a pergunta que preocupa os comerciantes. Chove ou não?
As cartas – traduz para o PressMinho- dizem que o tempo até ao final da “aula de história ao ar livre”, como o presidente do município define a Braga Romana, vai ser “um pouco instável”, “quente mas não muito”, “um ou outro chuvisco”, “nada de “preocupante” e, seguramente, sem avisos amarelos ou laranjas do IPMA. “Um bom vaticínio”, resume, batendo três vezes na mesa de madeira, não vão as cartas se enganar.
Programa de sexta-feira
O momento alto do programa desta sexta-feira é Cortejo Triunfal ‘Bracara Augusta Triunphalis’, pelas 21h30. Itinerário: Lg. Barão de S. Martinho, R. do Castelo, R. dos Capelistas, Pç. Ferreira Salgado, R. do Souto, R. da Misericórdia, Pç. Municipal.
O dia não é só o cortejo, como se vê:
09h00
Museu D. Diogo de Sousa
VII Torneio de Jogos Romanos de Tabuleiro
10h00
Largo S. João do Souto
“Rómulo e Remo – O Primeiro Rei de Roma”
Sabe quem foi o primeiro Rei de Roma? Os gémeos Rómulo e Remo irão renascer, em forma de marionetas, para esclarecer toda esta história.
10h30
Rossio da Sé
“Tristonhus Malfadonhus”
O lanista mais azarado de todo o Império.
10h30
Largo S. João do Souto
“Peregrinus”
Pelas ruas do mercado deambula um ‘peregrinus’ que conta as rábulas da sua viagem.
11h00
Rossio da Sé
“Octávio César Augusto – Os Símbolos e o Império”
Segredos revelados sobre a estátua de Octávio César Augusto. Texto de José Miguel Braga
11h00
Largo S. João do Souto
“Castrum Spiritus”
Teatro de Marionetas
História de um corajoso galaico e o seu burro que tentam salvar uma jovem imperatriz romana aprisionada pelo malvado Hispanus.
15h00
Visita Guiada e Encenada à Domus e à Fonte do Idolo
“A Domus e os Deuses”
São os deuses da casa que tomam conta da situação ou que, pelo menos, a imaginam. O problema é quando eles aparecem e se põem a magicar connosco a ver.
“Os Amores da Fonte do Ídolo”
Ela era bracara e ele romano. Assim se chamam, aliás. Perdem-se de amores na Fonte do Ídolo. – Ó que bela história sabia, a deusa Nabia!
Texto de José Miguel Braga. Sujeita a pré-inscrição na Tenda Pedagógica.
15h00
Largo S. João do Souto
“Castrum Spiritus”
Teatro de Marionetas
História de um corajoso galaico e o seu burro que tentam salvar uma jovem imperatriz romana aprisionada pelo malvado Hispanus.
16h30
Museu D. Diogo de Sousa
“O Jantar de Trimaliquião”
Percorrendo os espaços do Museu, a Associação O Salto leva à cena trechos de Petrónio – e não só – numa recriação do que seria o quotidiano de um patrício romano do século I DC e em que intervêm patrícios, escravos, libertos e Brácaros!
16h30
Visita: “O Caminho das Pedras”
Actividade desenvolvida pelos alunos do curso de Arqueologia da Universidade do Minho, na qual se pretende chamar a atenção do público de vestígios integrados nos alçados de edifícios ou em pavimentos das nossas praças, de vestígios que nos remetem para o nosso passado bimilenar. Percurso estabelecido: 16h30 – Recepção ao público na Tenda Pedagógica da “Braga Romana”;17h00 – Inicio da visita: Largo de S. Paulo, Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, Rua Nossa Sr.ª do Leite e Sé Catedral de Braga
17h00
Rossio da Sé
“As Sombras de Circe”
Inspirada no Mito de Pico, Circe e Canente, descrito na obra ‘Metamorfoses’ do poeta romano Ovídeo, propõe-se dar a conhecer esta história de amor e ódio através do olhar de Circe, numa interpretação coreografada com música original e cantada ao vivo.
18h30
Fonte do Idolo
Apresentação do Livro de Atas “Celebração do Bimilenário de Augusto”
Ad Nationes. Ethnous Kallaikon
Editores: Rui Morais, Miguel Bandeira, Maria José Sousa
19h00
Praça Municipal
Tabernaculum Martis Venerisque
Tenda de Marte e Vénus
Veneração e Rituais de Oferenda aos Deuses do Olimpo.
21h30
Cortejo Triunfal ‘Bracara Augusta Triunphalis’
22h00
Praça Municipal
Tabernaculum Martis Venerisque
Tenda de Marte e Vénus
Gladiadores
23h30
Largo D. João Peculiar
“Saltimbancos”
O erro de Cupido provoca, sem querer, o amor entre Vesta e Neptuno.
23h30
Rossio da Sé
“A Mumificação de Ram Zahz, o mercador egípcio”
Comédia que retrata uma aflitiva e desastrada tentativa de cumprir os rituais de mumificação de um importante mercador da província longínqua do Egipto.
Fernando Gualtieri (CP 1200)