O presidente da Câmara do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, responsabilizou a população pelos estragos causados pelas fortes chuvas que causaram pelo menos quatro mortos nesta cidade brasileira durante o fim-de-semana e foi hostilizado esta segunda-feira por moradores.
Numa transmissão nas redes sociais realizada no domingo, Crivella disse que as pessoas escolhem morar em áreas com risco de desabamentos, nomeadamente em encostas e morros da cidade, para “gastar menos com cocó e xixi”.
Depois da polémica declaração, Crivella foi esta segunda-feira mal recebido por moradores do bairro do Barata, na zona oeste do Rio de Janeiro, quando visitava a área que foi uma das mais atingidas pelos temporais. A imprensa local noticiou que o prefeito foi atingido por uma bola de lama atirada por morador quando concedia uma entrevista.
O ataque terá ocorrido depois de Crivella ter declarado aos repórteres que estavam no local que “a culpa [pelos estragos causados pela chuva] é de grande parte da população, que joga lixo nos rios frequentemente”.
Além das quatro mortes confirmadas pelas autoridades, uma quinta pessoa ainda está desaparecida e é procurada pelo Corpo de Bombeiros no município de Queimados, localizado na região da Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro.
O Rio de Janeiro viveu nas últimas 48 horas um caos no trânsito. Carros foram arrastados pela corrente que invadiu as ruas, alguns bairros ficaram sem energia e várias pessoas tiveram de ser desalojadas por receios de deslizamentos de terra.
As chuvas fortes não afectam apenas este estado da região sudeste do Brasil. São Paulo, a maior cidade do país e também localizada na região sudeste, foi afectada por tempestades que se intensificam como resultado de dias extremamente quentes.
As fortes chuvas, que pioraram desde 10 de Fevereiro, em São Paulo, deixaram pelo menos três mortos no estado mais populoso do Brasil. Em Fevereiro, quase 60 pessoas morreram devido às fortes chuvas em Belo Horizonte, a terceira maior região metropolitana do Brasil e em outras cidades do estado de Minas Gerais, também localizado na região sudeste do país.
O Ministério da Defesa Civil de Minas Gerais contabilizou, no início de Fevereiro, 45.200 pessoas despejadas das suas casas devido a inundações e deslizamentos de terra.
Rdacção com TSF