A Câmara de Amares aprovou esta segunda-feira, com a abstenção dos vereadores do PS, os documentos de prestação de contas do ano de 2021, que apresentam um resultado líquido positivo de 2,3 milhões de euros.
Na explicação do ponto, o presidente da autarquia, Manuel Moreira, disse que 2021 “foi novamente um ano muito marcado pela incerteza”, tendo em conta os impactos da pandemia de Covid-19, “mas foi também um ano de muitas concretizações”.
Falando na realização de “obras importantes e estruturantes”, o autarca lembrou que o município investiu na requalificação da rede viária do concelho e na melhoria do abastecimento de água, com a colocação de uma nova conduta, tendo também comprado as Termas de Caldelas.
“Fechámos as contas com um resultado líquido positivo que ascende a dois milhões e 300 mil euros, num ano em que aumentámos 32% o investimento em obra, relativamente ao ano anterior, através sobretudo de capitais próprios da autarquia”, destacou.
Os documentos de prestação de contas de 2021 mostram que os valores de execução da despesa e da receita são superiores a 16 milhões de euros e as taxas de execução globais rondam os 90%.
A receita global arrecadada pela autarquia atinge 16 milhões e 240 mil euros e a despesa global regista 16 milhões e 236 mil euros, valores muito próximos dos obtidos no ano de 2020.
“O município de Amares apresenta taxas de execução da receita e da despesa muito positivas, o que, na nossa perspectiva, é um franco sinal de que tem havido capacidade de planeamento e execução. Demonstrámos uma crescente capacidade de arrecadar mais receitas e gerar mais recursos”, frisou Manuel Moreira.
OPOSIÇÃO CRITICA
Do lado do PS, o vereador Pedro Costa disse que 2021 foi um «ano atípico», quer devido à pandemia, quer por ter sido ano de Eleições Autárquicas, “o que explica algumas das opções” tomadas pelo executivo.
“É um documento que apresenta o mesmo modelo de gestão, com os mesmos pecados. É um modelo desajustado, no qual não nos revemos e que vai levar o município para um registo sombrio, difícil e claramente negativo”, apontou.
Embora assinalando que “houve aspectos positivos”, o vereador socialista criticou o “pouquíssimo” aproveitamento dos fundos comunitários, mostrando “muita preocupação” com as despesas correntes.
“Cerca de 60% da despesa total são despesas correntes, o que não é aceitável. Não nos admiremos, por isso, que não haja margem para fazer investimentos fortes e que são muito necessários para o desenvolvimento do concelho, que precisa de outro impulso”, reiterou.
Na mesma linha, Emanuel Magalhães aludiu ao aumento dos custos com pessoal e à aquisição de bens e serviços, considerando que se “tem vindo a assistir a um emagrecimento completo dos serviços externos e um engordar de outros serviços”.
“Quem está no poder tem a responsabilidade de deixar esta casa com a melhor gestão possível para o futuro”, alertou.
A proposta teve os votos favoráveis da maioria ‘Juntos por Amares’ e a abstenção dos três eleitos do PS.
Ricardo Reis Costa (CP 6811 A)