A Câmara de Amares vai adquirir as Termas de Caldelas, num negócio de cerca de um milhão e 100 mil euros, que obrigará a autarquia a pedir um empréstimo bancário para que possa concluir a operação.
A revelação foi feita pelo presidente da autarquia, Manuel Moreira, em entrevista ao jornal “O Amarense”, publicada na edição impressa de Janeiro de 2021, que foi para as bancas esta semana.
Segundo o autarca, o acordo está fechado e será discutido numa das próximas reuniões do executivo municipal.
O Amarense: As Termas de Caldelas vivem um período difícil, que se agravou com a pandemia. Qual é a situação neste momento?
Manuel Moreira: É uma situação muito complicada. Posso-lhe dizer que já temos um acordo com os proprietários para a compra das Termas de Caldelas, sendo que estamos neste momento a elaborar o documento para levar a reunião de Câmara. Penso que numa das próximas reuniões, porventura ainda em Janeiro, poderemos discutir e votar os termos do acordo para avançarmos com a aquisição.
A: Portanto, a Câmara vai comprar as termas?
MM: Sim, é isso que já está acordado. Há apenas algumas questões jurídicas que precisamos de acertar para que o documento possa ser formalizado.
A: Em 2021, se a pandemia permitir, as termas abrirão sob gestão da Câmara?
MM: Não sei se abrirão ou não, não consigo dizer neste momento. Nestes processos, há questões burocráticas a que não podemos fugir. O protocolo que vamos estabelecer prevê um empréstimo bancário para que a Câmara possa pagar, o que obriga a que o processo seja submetido ao Tribunal de Contas. Acredito que não estará resolvido no primeiro semestre do ano, no entanto a nossa intenção é que as coisas andem o mais depressa possível. Queremos discutir a compra em reunião de Câmara logo que possível para que depois aconteça o mesmo na Assembleia Municipal de Fevereiro.
A: Falamos de que montante?
MM: O valor que está acordado é de um milhão e 100 mil euros.
A: E como ficará a situação dos funcionários?
MM: Aquilo de que estamos a falar neste momento é a aquisição dos imóveis e a exploração das termas. Os funcionários estão sob a responsabilidade da empresa. É algo que teremos que analisar.
A: O que levou a Câmara a tomar essa decisão?
MM: As Termas de Caldelas são uma alavanca de crescimento do concelho e eu seria um político irresponsável se não fizesse alguma coisa, sabendo que a empresa está às portas da insolvência. Tive o cuidado de falar com a oposição, quer com o vereador Pedro Costa, quer com o vereador Emanuel Magalhães, que concordaram perfeitamente com esta posição. A Câmara tem o dever e a obrigação de assegurar a continuidade das Termas de Caldelas. Aquele local e aquela estrutura têm que ser um ponto de alavancagem, criando uma nova dinâmica em benefício de Caldelas e de Amares, sendo certo que precisa de uma nova vida e de uma nova roupagem.
A: O modelo de gestão já está definido ou pelo menos pensado? Será a Câmara a assumir ou vai concessionar?
MM: Tudo indica que será a Câmara a liderar o processo. Já visitámos outras termas do país, que estão em funcionamento sob gestão das Câmaras Municipais e que têm mostrado bons resultados. Não vejo razões para que não seja a Câmara a dinamizar as termas.
Ricardo Reis Costa (CP 6811-A)
Entrevista completa na edição em papel de O Amarense, já nas bancas