A Câmara de Amares aprovou esta segunda-feira, com a abstenção da oposição, o Plano Plurianual de Investimentos e o Orçamento Municipal para 2019, que prevê um investimento global na ordem dos 20 milhões de euros.
Para o presidente da autarquia, Manuel Moreira, trata-se de um “orçamento arrojado e abrangente”, que prevê «uma taxa de investimento histórica no município” e que dá “continuidade” às medidas iniciadas no mandato anterior.
Destacou os investimentos na expansão da rede de saneamento e “a intervenção de fundo” na reabilitação da Escola Básica, frisando também a importância da captação de investimento e a afirmação da marca Amares para construir um «concelho atractivo, competitivo e moderno» em que serão disponibilizados 680 mil euros para as Freguesias.
“Em 2018, apresentámos um orçamento histórico, na ordem dos 16 milhões de euros. No novo ano, vamos mais longe. O orçamento tem um valor global de 20 milhões de euros, o que é reflexo de uma política fortemente empenhada”, frisou Moreira.
PS: “ORÇAMENTO COR-DE-ROSA”
Na opinião do vereador do PS, Pedro Costa, este é “claramente um orçamento especulativo”, “cor-de-rosa”, mas que não tem ligação à realidade.
“É muito fácil anunciar orçamentos históricos mas a verdade crua é que estamos a falar de um orçamento especulativo. A realidade não é assim tão maravilhosa como nos pintam. Quem dera que o município tivesse a capacidade para fazer todo este investimento”, apontou.
Pedro Costa disse ser “absolutamente inexplicável” que o Plano Plurianual de Investimentos “continue a integrar obras que já estão executadas há quase dois anos” e um valor “astronómico” pavimentações diversas.
‘MAIS’ PEDE “TRANSPARÊNCIA”
Também o vereador do Movimento Amarense Independente e Solidário (MAIS), Emanuel Magalhães, questionou a existência de “muitas rubricas com dotação zero”, pedindo “mais transparência” nalguns aspectos.
“Como se explica que se tenha a rubrica de construção e beneficiação da rede viária municipal com valor zero e ao mesmo tempo haja 388 mil euros paga pavimentações diversas? Não bate a cara com a careta. Isto não é claro nem transparente”, frisou.
Emanuel Magalhães recomendou ao executivo liderado por Manuel Moreira que promova a “interdisciplinaridade e a conexão” entre os vários projectos em curso, nomeadamente as requalificações da Praça do Comércio e da Feira Semanal, para que sejam “estratégicos e estruturantes” para o futuro.
PRIVATIZAÇÃO DO LIXO
Um dos aspectos questionados por Pedro Costa foi a existência de uma rubrica, com dotação orçamental de cerca de 435 mil euros, para uma eventual contratação de serviços, por ‘outsourcin’”, para a recolha do lixo.
“O estudo de viabilidade económica não aparece, ainda não veio a reunião do executivo, mas a maioria já decidiu a privatização. A inclusão desta rubrica, com dotação financeira, prova-o, porque há outras rubricas sem dotação”, apontou.
Manuel Moreira negou que a decisão já esteja tomada, garantindo que “ainda nem sequer” foi abordada pelo executivo em permanência.
“Colocámos essa verba para o caso de avançarmos. Se o decidirmos fazer, já temos essa verba destinada, não precisamos de retirar o dinheiro de outro lado. Caso não o façamos, a verba fica na Câmara”, disse.
Ricardo Reis Costa (CP 10478)