A Câmara de Bissau pode vir a replicar o projecto que os Transportes Urbanos de Braga (TUB) idealizaram para S. Tomé e Príncipe. O anúncio foi feita esta segunda-feira por Teotónio Santos à margem da sessão de apresentação do plano de transporte urbano ao presidente da capital são-tomense, Água Grande, elaborado pela empresa municipal bracarense.
De acordo com o administrador dos TUB, o presidente da autarquia de Bissau, Adriano Gomes Ferreira, na visita que fez a Braga recentemente, ao revelar preocupação com as lacunas do sistema de transporte público da capital da Guiné-Bissau, foi aconselhado por Ricardo Rio, presidente da Câmara da Braga, a conhecer o projecto de consultoria que a empresa municipal está a desenvolver em S. Tomé com o governo, autarquia locais e empresas bracarenses. O autarca bissaense mostrou-se “muito interessado” e está a estudar o dossier.
Projecto são-tomense com 9 ‘carreiras’
O projecto elaborado pelos TUB para S. Tomé, a título gracioso, prevê a implementação do 7 linhas na capital e outras duas ligando a capital aos restantes municípios da ilha, num total de pouco mais de 250 kms, com carreiras para as escolas, locais de trabalho e mercados, prevendo-se que, após um concurso internacional para seleccionar do operador, esteja a funcionar ainda este ano.
“Este é um projecto que vai para além do inicialmente pedido, porque para além da rede urbana do Distrito de Água Grande, inclui as ligações interurbanas para outros distritos, a definição do tarifário e da frota, do sistema de bilhética, de ajuda à exploração, o parque de material e oficinas, a manutenção e respectivos equipamentos, modelo organizacional, o plano de negócios e estudos de viabilidade económica”, explicou Teotónio Santos, adiantando que os TUB ficam responsável pela auditoria à implementação da rede de transporte, A rede pode custar aos cofres daquele país africano “no máximo dos máximos” 20 milhões de dólares, cerca de 17,500 milhões de euros.
Após três projectos falidos, o presidente do município de Água Grande mostra-se convicto que o plano da transportadora municipal bracarense vai finalmente inverter o défice em termos da mobilidade.
“Escolhemos os TUB porque conhecemos a sua história e sabemos que é uma referência em Portugal e na Europa”, afirmou Ekeneide Lima dos Santos, edil de Águas Santas. “Este projecto vai ajudar a construir a mobilidade do país, sendo esta uma área que sempre se revelou problemática”, sublinhou o autarca são-tomense.
Oportunidade para empresas
Para Ricardo Rio, este “é mais um passo no sentido de projectar internacionalmente a Braga”. “Temos vindo a identificar oportunidades de colaboração com países e cidades amigas que nos ajudem reciprocamente a concretizar objectivos económicos, sociais e culturais através de políticas concretas de gestão do território”, referiu, sublinhando que este projecto de apoio a S. Tomé e Príncipe vem “capacitar” os TUB, que através deste desafio conseguiu atingir uma “nova etapa no seu processo de desenvolvimento”.
Esta é igualmente, vincou Rio uma “oportunidade importante” para o sector empresarial bracarense, que deu um apoio essencial na elaboração do projecto. “Certamente que as empresas de Braga terão uma palavra a dizer na implementação desta futura rede de transportes colectivos, contribuindo assim o município para a internacionalização do tecido empresarial local”, garantiu, adiantando que “Braga percebe que não se deve fechar nas suas fronteiras”.
A cerimónia contou com a presença de representantes das entidades que contribuíram para a elaboração este projecto: Associação Industrial do Minho, Instituto Politécnico do Cavado e do Ave, Casais, Astrolábio, Wishbox, O Feliz, Primavera, CETRUS e Oficina de Gestão.
Fernando Gualtieri (CP1200)