Depois de mais de 20 anos de investigação, a parceria entre o município de Braga e a Universidade do Minho o projecto final de arquitectura para a musealização das ruínas arqueológicas da Ínsula das Carvalheiras foi apresentado publicamente este sábado no Museu D. Diogo de Sousa, seguindo agora para concurso público.
Para Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal, a Ínsula das Carvalheiras será um local de “visita obrigatória e uma enorme mais-valia para a cidade.
“Este será um espaço de fruição para aqueles que aqui residem e que, obviamente, poderão também desfrutar das condições muito interessantes que, no projecto, foram asseguradas para os moradores a para os habitantes da nossa cidade”.
Com um investimento de 2,7 milhões, feito exclusivamente a expensas do município “uma vez que uma vez que não há nenhuma candidatura a financiamentos comunitários”, o projecto da Ínsula das Carvalheiras afirma-se como “um instrumento de regeneração urbana, uma aposta clara na valorização patrimonial, um testemunho de uma parceria sempre renovada com a Universidade do Minho e, sobretudo, um resultado final que vai agradar aos nossos cidadãos e vai atrair muitos visitantes no futuro”.
Também o vereador Miguel Bandeira considerou que aquele conjunto arqueológico é uma “célula viva da cidade romana transportada no tempo” e que “valerá a pena visitar Braga para conhecer o projecto de elevadíssima qualidade arquitectónica e tecnológica de musealização das Carvalheiras”.
Já o reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, elogiou o esforço financeiro da parte do município, “com recurso a receitas próprias desencadeou esta operação que vai ser de valorização significativa do património da nossa cidade”.
A Ínsula das Carvalheiras vai proporcionar uma viagem no tempo, com a entrada num Centro Interpretativo que terá uma dimensão moderna e tecnológica e com um percurso até ao interior deste espaço que constitui um importantíssimo legado romano. Para além da componente arqueológica, o projecto prevê a criação de um parque urbano anexo às ruínas, que facultará um usufruto qualificado do espaço pelos cidadãos e o desenvolvimento de actividades culturais e de lazer.
“A cidade passará assim a dispor de uma ampla área patrimonial musealizada e aberta ao público, que constituirá um equipamento de grande valor histórico e cultural, verdadeiramente emblemático da origem romana de Braga, capaz de ajudar a reforçar a sua identidade e a diferenciar a oferta cultural da cidade”, refere Ricardo Rio.
O projecto é da autoria de Alejandro Beltran-Caballero e Ricardo Mar, dois arquitectos com reputada experiência na relação com a arqueologia e na musealização de vestígios romanos.