A Câmara de Braga vai responder à carta que lhe foi enviada pelo SC Braga para que a sua direção indique quais as contrapartidas que irá dar – “como tinha sido combinado” – pela doação de terrenos e da piscina olímpica inacabada da chamada Cidade Desportiva.
Na carta enviada ao município, o clube dizia não concordar com a contrapartida que a Autarquia invocava, a de ceder o piso inferior do pavilhão – para atividades de ginástica – que se prevê venha a ser construído em cima da estrutura da piscina olímpica.
Esta quinta-feira, e em reunião de Câmara, o Executivo aprovou o teor da carta, com os votos favoráveis da maioria PSD/CDS e da CDU e a abstenção do Partido Socialista.
No final, o presidente da Câmara, Ricardo Rio disse que não está em causa o interesse para a cidade e a região da segunda fase da Cidade Desportiva, mas insistiu na tese de que o Município não pode ficar sem contrapartidas.
“É verdade que é um projeto de grande mérito para o concelho, e, nesta fase, numa zona abandonada que teve um projeto megalómano e onde houve um desperdício de recursos. Mas não queremos uma solução a qualquer preço, pelo que devem existir contrapartidas, que beneficiem a comunidade no seu todo”, reafirmou.
Já os vereadores do PS, Miguel Corais, Artur Feio e Liliana Pereira, explicaram a abstenção dizendo não disporem de “informação suficiente” sobre todo o processo, para poderem decidir de imediato: “claro que somos sensíveis ao investimento de 30 milhões de euros do SC Braga, para regenerar uma zona onde o Partido Socialista tentou fazer as piscinas olímpicas, mas não conseguiu por falta de verbas comunitárias”.
Questionado sobre a situação de impasse existente entre as partes, Artur Feio afirmou que “se vê não ter existido um acordo entre a Câmara e o clube”. Invocou um mail que a direção do SC Braga mandou à Câmara, em 2015, dando nota de que não concordava com a contrapartida do piso inferior. Mail que Ricardo Rio nega, reafirmando que as contrapartidas foram acordadas entre as partes.
Luís Moreira (CP 8078)